De acordo com o Ipea, a inflação de janeiro a maio foi puxada pelos alimentos e impactou mais as famílias mais pobres
Agência Brasil/Fernando Frazão
De acordo com o Ipea, a inflação de janeiro a maio foi puxada pelos alimentos e impactou mais as famílias mais pobres

A inflação até agora em 2020 teve forte impacto no orçamento das famílias de baixa renda, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira (17). De janeiro a maio deste ano, a inflação, puxada pelo custo dos alimentos, foi maior para as famílias de renda mais baixa (até R$ 1.534,55), registrando alta de 0,45%.

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No período, os pesquisadores mostraram que a alta de 4,3% dos alimentos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), impactou o custo de vida das famílias com menor poder aquisitivo - cuja despesa é maior em habitação, alimentos e bebidas. Os maiores vilões dos preços no segmento foram os cereais (3,7%) e dos tubérculos, como batatas (5,7%).

Por outro lado, a deflação de 39,4% nas passagens aéreas e de 14,9% nos combustívei acabou por beneficiar as famílias mais ricas (que também despendem boa parte de seu orçamento com despesas pessoais e educação).

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Segundo o instituto, no caso das famílias mais abastadas (isto é, com rendimento acima de R$ 15.345,53), em vez de inflação , no geral houve deflação de 0,45% no período.

Embora haja uma desaceleração geral em todas as classes de renda, quando comparada a 2019, as famíllias com menos renda acabaram prejudicadas. Em maio, apesar da deflação ter atingido todos os segmentos, ela foi bem mais intensa para a faixa de renda mais alta (-0,57%) quando comparada à de renda mais baixa (-0,19%).

Segundo o estudo do Ipea , houve "uma queda na participação dos gastos com alimentos e bebidas em todas as faixas de renda (...) exceto nas faixas de renda média e média alta. Em contrapartida (...), todas as famílias apontam um aumento na proporção da renda gasta com saúde e despesas pessoais."

A deflação "foi bem mais intensa no segmento mais rico da população, cuja taxa registrada foi três vezes menor que a observada na parcela composta por famílias de renda muito baixa", diz o relatório.

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