Ministro Paulo Guedes avaliou o Megaleilão do pré-sal nesta quinta-feira
José Cruz/Agência Brasil
Ministro Paulo Guedes avaliou o Megaleilão do pré-sal nesta quinta-feira

BRASÍLIA - O ministro da Economia , Paulo Guedes , atribuiu o resultado abaixo do esperado do megaleilão da cessão onerosa do pré-sal às dificuldades impostas pelo regime de partilha, modelo de licitação criado durante o governo do PT.

Segundo ele, o baixo interesse de empresas estrangeiras — as áreas leiloadas foram levadas pela Petrobras — é uma mensagem de que o regime precisa mudar.

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Nesta quinta-feira (7), das cinco áreas ofertadas, na 6ª Rodada de Partilha, apenas uma foi arrematada, a de Aram, na Bacia de Santos. Quem a levou foi a Petrobras , em parceria com a chinesa CNODC. Não houve propostas pelas demais.

"Estou apavorado é com o seguinte: os 17 gigantes mundiais não compareceram. Não vieram. A Petrobras levou sem ágio. Pagou zereta. Sumiu todo mundo da sala. Ficou só ela lá com o cartãozinho e disse: ‘Eu levo’", avaliou Paulo Guedes nesta quinta-feira, durante evento no Tribunal de Contas da União (TCU).

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"O que isso quer dizer? Que nós sabemos nos apropriar dos nossos recursos ou que nós não entendemos até agora a principal mensagem? É o seguinte: ‘Olha, vocês são muito complicados ’",  disse o ministro . "Tivemos uma dificuldade enorme para, no final, vender de nós para nós mesmos", concluiu.

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Apesar de lamentar o baixo interesse, o ministro destacou que o resultado do leilão fortaleceu a Petrobras. "Dito isso, extraordinário o resultado. Foi o dobro de todos os outros da História. Nossa maior empresa tem um futuro brilhante. Quando anunciaram, o mercado começou a cair e no final começou a subir. Ela (Petrobras) está focada", avaliou o ministro.

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"Ela não está brincando de vender chiclete e picolé em posto de distribuição. Ela está focada em tirar petróleo do mar . Está com a maior fronteira do mundo na mão para explorar", continuou.

O leilão da cessão onerosa arrecadou R$ 69,96 bilhões, valor inferior aos R$ 106,5 bilhões esperados pelo governo. Isso ocorreu porque não houve interesse por duas das quatro áreas ofertadas. As outras duas foram arrematadas pela Petrobras, uma delas em parceria com petroleiras chinesas.

O certame foi realizado pelo regime de partilha , no qual o bônus de assinatura é fixo e a empresa vencedora é a que oferece um maior percentual de óleo-lucro à União.

Nesse regime, a União é dona do Petróleo. Para Guedes, esse modelo é pior que o de concessão, usado em outras partes do mundo, que funciona como um leilão normal: a companhia que der o maior lance, leva.

"Temos que refletir sobre isso. Será que a concessão , que é usada no mundo inteiro, não é melhor que a partilha, que é usada por influência de alguns operadores franceses em regimes corruptos da África?", indagou.

"Os caras não só quebraram tudo, não. Eles quebraram tudo e deixaram formas de fazer negócio bastante heterodoxa", afirmou o ministro, referindo-se aos governos do PT.

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