Em um ano, o número de entrevistas por vídeo realizadas pelos clientes da consultoria de recursos humanos Luandre aumentou 85%. A prática passou a fazer parte dos processos seletivos de muitas empresas e é vista como uma facilidade para recrutadores e candidatos.
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“Hoje o recurso do vídeo, além de muito comum, é funcional , pois traz agilidade para o processo, otimiza e garante a mesma qualidade”, defende Gabriela Mative, consultora de RH da Luandre.
Se antes eram limitadas - quando exigiam internet fixa, computadores elaborados e webcams - agora as chamadas de vídeo estão mais acessíveis do que nunca.
Basta um smartphone com dados móveis ou conexão Wi-Fi estabelecida e aplicativos populares de troca de mensagens, como o WhatsApp , para se conectar através de imagens com quem quer que seja.
“Trata-se de uma tendência do ' boom' tecnológico. A utilização do recurso em entrevistas de emprego é consequência”, afirma Mative.
Para o publicitário Iago Diógenes Farias, de 26 anos, que encarou uma entrevista por vídeo quando participou do processo para a vaga na qual atua hoje, esse modelo o fez sentir mais confortável na hora de conversar com o recrutador.
“Pude fazer [a entrevista] em casa, o que me economizou tempo e dinheiro . Também me senti mais tranquilo nas respostaspor estar um ambiente familiar”, conta.
Essas vantagens são fatores reconhecidos pelas empresas. “A falta de contato físico para gerar um relatório mais assertivo, em alguns casos, é o que pode ser uma das desvantagens para o recrutador”, pontua Tiago Yonamine, CEO da Trampos.
Ainda assim, essa não tem sido uma grande preocupação. Segundo Yonamine, desde o início do ano, seus clientes também mostraram um aumento comportamental em relação à adoção de vídeo-chamadas para entrevistas. “Cerca de 13% utilizam recursos de vídeo-entrevistas, sejam assíncronas [com vídeos gravados] ou ao vivo, através de Skype ou Hangouts”, conta.
Apesar de mais prática, não significa que o candidato não tenha que se preocupar quanto à preparação.
O excesso de confiança por estar em uma posição mais cômoda pode fazer com que alguns deslizes sejam cometidos e comprometer o desempenho diante da empresa.
“Logo no começo da entrevista, quando a conexão não estava tão boa, apertei sem querer o botão para encerrar a chamada sem avisar meu recrutador. Ainda bem que ele não se importou e aceitou novamente quando eu retornei a ligação”, lembra Farias.
Atitudes simples podem evitar problemas como esse. Aprenda a se preparar para uma entrevista de emprego por vídeo, de acordo com dicas dos especialistas.
Como ir bem em uma entrevista por vídeo
- Pratique antes. Caso o candidato não tenha familiaridade com vídeo, é recomendável gravar a si mesmo e depois rever o vídeo para analisar como se comporta na tela. A experiência também ajuda a aliviar o nervosismo e repassar algumas informações relevantes que podem ser ditas durante a conversa com o recrutador.
- Faça testes. Verificar se a conexão está funcionando perfeitamente, se o aparelho consegue captar o áudio e a imagem sem travar e se a reprodução de quem vai aparecer na tela também está em ordem evita situações constrangedoras. Demonstrar domínio em relação ao programa e dispositivo escolhido para fazer a chamada também é importante. Testar com um amigo antes pode ser a solução.
- Aproveite para usar “colas” . Tenha em mãos, em um lugar de fácil consulta, instrumentos ou documentos que podem te ajudar com as principais informações sobre o que pode ser perguntado.
- Prepare o ambiente. Nada de aparecer na cama do quarto, deitado, na cozinha durante o almoço, em um espaço sem luz, com os animais de estimação circulando em frente a câmera ou em algum lugar barulhento.Garantir que o ambiente ao fundo seja o mais neutro e profissional possível causa uma boa impressão. Se for o caso, avise às pessoas que estiverem no mesmo local que você para não te interromperem.
- Seja profissional. considere a entrevista por vídeo como se fosse pessoalmente. Cuide da aparência, vista-se adequadamente e use um vocabulário apropriado.