Considerando o piso do seguro-desemprego, a busca por uma oportunidade de trabalho pode custar um terço da renda
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Considerando o piso do seguro-desemprego, a busca por uma oportunidade de trabalho pode custar um terço da renda

Desempregado há quatro meses, o eletricista José Inácio Ferreira Zanoni, de 53 anos, faz parte dos 13,387 milhões de brasileiros que buscam uma recolocação .

Faltando um mês para receber a última parcela da qual tem direito do seguro-desemprego , a preocupação em torno de como arcar com as despesas da casa, incluindo os custos para encontrar um novo trabalho, estão perturbando as noites de sono do paulistano.

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“É terrível não saber de onde vou tirar dinheiro para pagar o mercado, contas de água, luz e internet, que é muito importante. Afinal, sem internet eu também não consigo procurar emprego ”, conta Zanoni.

Assim que a empresa que trabalhava decretou falência, o eletricista afirma que cortou os gastos que podia, mas precisou incluir uma taxa especial no orçamento com despesas que ele julga ser essencial para voltar ao mercado de trabalho. “Pode parecer bobagem, mas procurar emprego também tem seu preço ”, garante.

O custo, inclusive, é alto e pode representar até 35% da renda de um indivíduo, de acordo com uma pesquisa realizada pela Catho. O levantamento aponta que, em média, uma pessoa que vive na cidade de São Paulo gasta, no mínimo, R$ 350 por mês para procurar emprego. Ao considerar o piso do seguro-desemprego - que equivale a um salário mínimo (R$ 998) -, esse valor é maior do que um terço da receita de quem depende exclusivamente desse recurso.

A pesquisa leva em consideração gastos com transporte, alimentação, impressão de currículos e internet móvel. “Tendo em vista que os candidatos procuram emprego pessoalmente três vezes por semana, em média, por dia, há um gasto de R$ 25. Incluindo a despesa com banda larga da residência, o custo é de mais R$ 50 ao mês, totalizando R$ 350”, informa.

Pré-requisito para a vaga: um pacote de internet

Esqueça os classificados! Procurar emprego hoje é, basicamente, por meio dos recursos tecnológicos
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Esqueça os classificados! Procurar emprego hoje é, basicamente, por meio dos recursos tecnológicos

Um dia, o termo “procurar emprego” já foi sinônimo de sair de casa às 7h, pegar um ônibus até o Centro da cidade, imprimir 10 cópias de currículo e passar a manhã inteira entregando-os de porta em porta nas empresas da região.

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Hoje, com a busca feita quase inteiramente por intermédio da internet e a partir das ferramentas que facilitam o contato do empregador com o candidato, esse conceito pode ser mais simples.

“O valor gasto para procurar emprego mudou bastante. É muito raro uma empresa receber currículo presencialmente. Há lugares em que as pessoas nem conseguem ter acesso à portaria da companhia”, observa Bárbara Alves, Coordenadora de Recursos Humanos da Luandre.

Salvo exceções, a procura por um trabalho  geralmente é simplificada graças à tecnologia. “É claro que, em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, o comportamento ainda é diferente. Há ainda a presença de agências locais, anúncios de vagas nas igrejas e carros de som atraem o público para candidaturas”, admite Bianca Machado, gerente comercial da Catho.

"Normalmente os candidatos buscam vaga pelos canais de comunicação dos empregadores, como sites oficiais das empresas ou páginas que se dedicam a anúnciar as oportunidades”, destaca Alves.

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Pare de gastar dinheiro

Para conseguir um emprego o mais rápido possível, é preciso montar uma estratégia para evitar gastos desnecessários com a busca
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Para conseguir um emprego o mais rápido possível, é preciso montar uma estratégia para evitar gastos desnecessários com a busca

Segundo dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em agosto, um em cada quatro desocupados estão há pelo menos dois anos em busca de um emprego .

Gastar dinheiro que não vai dar nenhum retorno é, em qualquer situação, lamentável. Ainda mais quando esse valor vai fazer falta, já que a renda mensal é temporária ou inexistente. Por isso, recrutadores afirmam que é preciso estar bem preparado e criar estratégias eficazes para conseguir ficar o menor tempo possível desempregado.

O Brasil Econômico separou dicas de como conseguir minimizar os custos ao procurar emprego e, ao mesmo tempo, voltar ao mercado de trabalho o quanto antes.

  • Planeje-se. Só vá procurar emprego presencialmente se essa realmente for uma opção viável. Confira se a empresa que você tem interesse em atuar aceita currículos impressos e tente conciliar a entrega em outros lugares em um único dia.
  • Mantenha o currículo sempre atualizado. Nunca se sabe quando uma oportunidade pode aparecer. Para saber como fazer um documento que seja atraente para os recrutadores, clique aqui .
  • Esteja preparado para o mercado de trabalho. Aproveite o tempo livre para realizar algum curso de aperfeiçoamento profissional, online ou presencial, que seja gratuito ou esteja em promoção.
  • Use e abuse das ferramentas disponíveis para procura de emprego. Sites especializados em cadastramento de currículos gratuitos podem facilitar a busca. Até mesmo opções pagas, como a Catho, possuem versões gratuitas. “A Catho oferece um período de experiência gratuita de 30 dias. Muitos candidatos, inclusive, conseguem encontrar uma vaga apenas com esse recurso”, garante Bianca Machado.
  • Esteja em contato com seu network, ou seja, sua rede de colegas de trabalho. Diga aos conhecidos que você está procurando emprego. Muitas pessoas conseguem se recolocar através de indicações.
  • Fique atento aos dados de contato que coloca no currículo para que eles estejam sempre corretos e atualize o e-mail e mensagens no Whatsapp todos os dias. Recrutadores reclamam que alguns candidatos são selecionados mas não conseguem a vaga por não conseguirem ser contatados.

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