Real já é a moeda mais longeva da história recente do Brasil, com 25 anos em circulação
Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas
Real já é a moeda mais longeva da história recente do Brasil, com 25 anos em circulação

Foi no dia 1º de julho de 1994 que o real entrou em circulação no Brasil. Com 25 anos de existência, a moeda criada a partir da necessidade de promover a estabilidade econômica no País e superar a hiperinflação – que chegou à casa de 4.922% em junho de 1994 – já é a mais longeva da história recente do Brasil, tendo superado, no ano passado, o cruzeiro, que circulou por pouco mais de 24 anos do Oiapoque ao Chuí.

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Sob a desconfiança da população, que havia visto menos de uma década antes o fracasso do Plano Cruzado do governo José Sarney, o Plano Real encabeçado pelo então ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, envolveu esforços em busca do ajuste fiscal e teve como um de seus trunfos a adoção de uma moeda de transição, a URV (Unidade Real de Valor).

A cotação da URV era atualizada diariamente, sendo os preços das mercadorias e serviços denominados em URVs e pagos em cruzeiros reais, a moeda até então em vigência. A primeira cotação da URV foi de CR$647,50. Em 30 de junho de 1994, a última cotação da Unidade Real de Valor foi de CR$ 2.750. Foi essa quantia que, no dia seguinte, os brasileiros precisaram desembolsar para adquirir R$ 1.

A famosa cédula verde de R$ 1, que parou de ser produzida em 2005, adotava símbolos que já eram conhecidos dos brasileiros. De um lado, estava estampada a Efígie simbólica da República com o mesmo design que outrora ilustrou a cédula de 200 cruzados novos (lançada em 1989). O rosto de Marianne, obra datada da Revolução Francesa do século 18, já havia aparecido antes na carteira dos brasileiros, mas com outra aparência, nas cédulas de 1 cruzeiro lançadas em maio de 1970.

O sucesso do Plano Real levou Fernando Henrique Cardoso a se eleger presidente ainda em 1994, vindo a ser reeleito quatro anos mais tarde. A revolução monetária no País e suas consequências são celebradas até hoje pelo PSDB como a maior contribuição do partido para o Brasil – alguns tucanos chegam a usar essa empreitada para defender a tese de que o PSDB é o partido que mais fez pelo País na história.

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Todas as cédulas da história do Brasil:


Confira algumas curiosidades sobre as moedas que já circularam no Brasil:

  • Mesmo tendo parado de ser produzida em 2005, a cédula de R$ 1 ainda é válida. A 'relíquia', no entanto, passou a ser vendida para colecionadores por valores que variam de R$ 50 a R$ 100.
  • Em 2000, a Casa da Moeda do Brasil passou a produzir cédulas de plástico em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil. A cédula também é hoje requisitada por colecionadores, custando até R$ 200 em anúncios na internet.
  • As moedas usadas no Brasil até 1994 costumavam trazer estampas de personalidades de destaque no País. Já serviram como modelos para cédulas nomes como Princesa Isabel, Castello Branco, Getúlio Vargas, Tiradentes, Santos Dumont, Duque de Caxias, Cândido Portinari, Mário de Andrade, Machado de Assis e Heitor Villa-Lobos.
  • Até 1994, quando Marianne passou a ser o rosto onipresente em todas as cédulas em circulação no País, apenas três mulheres haviam recebido esse tipo de homenagem: Princesa Isabel, Cecília Meireles e a 'Baiana' (representação que estampou as cédulas de 50.000 cruzeiros reais, de março a setembro de 1994).
  • A inscrição "Deus seja louvado" foi inserida nas cédulas em circulação no Brasil em 1986, durante o governo José Sarney. O lema foi mantido mesmo após o Plano Real.
  • As cédulas de real da segunda família, lançada em julho de 2013, foram desenvolvidas para serem as mais sofisticadas e seguras da história. Uma cédula de R$ 50, por exemplo, possui ao menos oito dispositivos antifalsificação (alto-relevo; microimpressões; marca d'água; fio de segurança; quebra-cabeça; faixa holográfica; elementos fluorescentes; e número escondido).

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