O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta terça-feira (30) que não há alternativa à reforma da Previdência e que, sem ela, "não temos futuro aqui em nosso Brasil". Em entrevista ao vivo ao programa Brasil Urgente, na TV Bandeirantes , Bolsonaro previu que, sem a aprovação de uma reforma o "mais ampla possível", "o dólar iria lá para cima, a Bolsa, lá para baixo, o desemprego se agravaria e o caos seria instalado no Brasil."
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"Não temos outra alternativa. Se não aprovarmos a reforma da Previdência da forma mais ampla possível, sem ser desidratada por parte do Parlamento, nós não temos futuro aqui em nosso Brasil. Com toda certeza o dólar iria lá para cima, a Bolsa, lá para baixo, o desemprego se agravaria e o caos seria instalado no Brasil", alertou o presidente.
Bolsonaro ainda disse ter recebido de investidores, nas viagens que fez aos Estados Unidos e a Israel, a mensagem de que a reforma seria "o sinalizador de que estamos fazendo o nosso dever de casa". "Há muita promessa, e eu pedi para que transforme em realidade, de que, em se aprovando a reforma da Previdência, vai sobrar dinheiro no Brasil para investimentos. Desta forma, podemos aquecer nossa economia", completou.
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O presidente também disse ter confiança na Câmara dos Deputados, no Senado e na população brasileira "que não se deixa enganar por fake news [notícias falsas] dizendo que a reforma da Previdência vai trazer o caos e o sofrimento para a população". Segundo Bolsonaro, grande parte do sacrifício imposto pela reforma virá dos servidores.
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"No Brasil, os mais pobres já se aposentam com mais de 60 anos de idade. Nós estamos botando 65 para homem, 62 para mulheres. As mulheres se aposentam com 61 anos e meio de idade, sim. Agora, esse sacrifício virá mais junto aos servidores, aos funcionários públicos que ganham acima de R$ 10 mil. Quem ganha abaixo de R$ 10 mil não vai sentir tanta diferença", garantiu.
Derivados de petróleo
Questionado sobre o preço do gás de cozinha, Bolsonaro defendeu a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes , de "quebrar alguns monopólios", o que permitiria reduzir o preço do gás de cozinha pela metade em até dois anos . Bolsonaro, porém, atribuiu "grande parte da responsabilidade pelo preço alto do combustível" aos impostos estaduais.
"Quando se fala em combustível alto, grande parte são os impostos estaduais, o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]. O pessoal culpa o governo federal. É claro que nós temos nossa parcela de culpa, mas a grande parte da responsabilidade pelo preço alto do combustível é o ICMS , que está em 30%, em média, no Brasil, além de outros impostos", disse.