A rede de livrarias Saraiva fechou o ano de 2018 com prejuízo de mais de R$ 106 milhões. As informações foram divulgadas no relatório de atividades da empresa nesta segunda-feira (4).
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De acordo com o levantamento, o prejuízo de R$ 106,9 milhões no fim do ano passado foi uma reviravolta nas contas da Saraiva , que em 2017 havia registrado, em dezembro, lucro de R$ 2,6 milhões.
Publicado pelo escritório de advocacia Lucon Advogados, administrador judicial da rede, o relatório aponta que os lucros durante o ano passado foram diretamente afetados pelo fatores do cenário externo, como a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo.
Além disso, a empresa aponta situações internas, também, como motivos do prejuízo: o encerramento da venda de produtos eletrônicos e de informática , por exemplo, e os efeitos do pedido de recuperação judicial feito em novembro estão entre eles.
“A partir do pedido de recuperação judicial em 23 de novembro de 2018, segundo a companhia, houve redução no abastecimento de livros nas lojas físicas, resultando também em prazos maiores para atendimento de pedidos de livros no canal e-commerce — com impacto negativo na percepção dos clientes, o que prejudicou as vendas da companhia em dezembro de 2018”, diz a publicação.
Ainda de acordo com os dados divulgados, na comparação de 2017 e 2018, a receita da rede de livrarias recuou 58,2%: foi de R$ 202,3 milhões para R$ 84,5 milhões, respectivamente.
Entenda o pedido de recuperação judicial da Saraiva
O pedido de recuperação judicial da empresa foi feito no dia 23 de novembro do ano passado, e aceito pela justiça quatro dias depois. As dívidas da companhia somam cerca de R$ 675 milhões.
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De acordo com o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, que aceitou o pedido, a decisão foi tomada "Para que os credores não destruam o valor da organização empresarial". Eke também suspendeu 180 ações e execuções contra a Saraiva , que ainda mantém 85 lojas em 17 estados do País. Em comunicado enviado ao mercado, a rede de livrarias afirmou que o pedido de recuperação judicial "não altera, de forma alguma, o funcionamento do varejo", e que tem tomado diversas medidas para readequar seu negócio ao que chamou de "uma nova realidade".