Nesta quarta-feira (24), a Livraria Cultura, uma das mais tradicionais do mercado, entrou com um pedido de recuperação judicial. Em nota, a empresa justificou a decisão pelo cenário econômico nacional adverso e pela crise no setor editorial, que, segundo a companhia, encolheu 40% desde 2014.
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"Infelizmente, após quatro anos de recessão, o cenário geral no país não apresenta sinais claros de melhoria", escreveu a empresa. "Com essa medida [pedido de recuperação judicial ] visamos normalizar, em curto espaço de tempo, compromissos firmados com nossos fornecedores, preservando a saúde da empresa criada por Eva Herz em 1947, a manutenção de empregos e gerando mais estímulo para crescer".
Nos últimos meses, a direção da Livraria Cultura tem promovido uma série de ajustes no negócio. A empresa fechou lojas, uma delas recentemente, no centro do Rio de Janeiro, reduziu o quadro de funcionários e refez os planejamentos de curto e médio prazos.
A empresa também encerrou as atividades da rede francesa de livrarias e eletrônicos Fnac, adquirida há pouco mais de um ano, em julho de 2017. Para se desfazer do negócio, os franceses pagaram R$ 130 milhões para vender a subsidiária brasileira. Na época, funcionários demitidos da Fnac protestaram e afirmaram não ter recebido direitos trabalhistas.
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Agora, com o pedido de recuperação judicial , a direção da Cultura promete investir de forma "agressiva nos canais digitais" e manter apenas algumas lojas físicas. Em dezembro, a empresa comprou a plataforma de e-commerce de livros Estante Virtual e, na ocasião, informou que a plataforma seria seu meio de vendas mais importante.