Mercado financeiro projeta inflação de 3,94% em 2019, segundo o Boletim Focus
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Mercado financeiro projeta inflação de 3,94% em 2019, segundo o Boletim Focus

A inflação brasileira (IPCA) deste ano deverá ser inferior a 4%, enquanto o dólar deve terminar 2019 cotado a R$ 3,70, segundo projeção do Boletim Focus, divulgação semanal do Banco Central (BC) com o mercado financeiro.

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Além da inflação menor (de 4% para 3,94%), o Focus desta segunda-feira (4) aponta que a taxa básica de Juros, a Selic, deverá seguir inalterada, em 6,5%. Quem determina a variação dela é o Comitê de Política Monetária (Copom).

Essa é a primeira projeção em que o IPCA é projetado abaixo dos 4%, e o relatório desta semana traz a terceira queda seguida no indicador. A nova expectativa é que a inflação oficial do País termine o ano em 3,94%.

Fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é buscada pelo governo em trabalho conjunto com o BC. Para alcançá-la, a Selic é elevada ou reduzida de acordo com a necessidade. Para 2019, o centro da meta inflacionária é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para o ano seguinte, o centro da meta cai para 4%, e a tolerância passa a ser de 2,5% a 5,5%.

A taxa básica de juros, que segue mantida em sua mínima histórica, de 6,5%, estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Sua função principal é a de servir como referência para as demais taxas de juros da economia brasileira.

Ao reduzir a Selic, o governo perde controle sobre a inflação, enquanto em momentos de alta do IPCA, a taxa tende a ser elevada. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa esteve estável em 7,25% ao ano, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% em julho de 2015. A previsão para 2020 é de que haja alta das taxas de juros, e a Selic chegue a 8% ao ano.

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Além de inflação e Selic, BC divulga outras projeções, como o dólar

Dólar, inflação, PIB, Selic, balança comercial e investimentos estrangeiros diretos foram as projeções divulgadas pelo BC
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Dólar, inflação, PIB, Selic, balança comercial e investimentos estrangeiros diretos foram as projeções divulgadas pelo BC

O Produto Interno Bruto ( PIB ), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País, serve para medir a evolução da economia, e deve crescer 2,5% em 2019, segundo as projeções, que se repetem também para 2020, 2021 e 2022.

O dólar comercial – que, nesta segunda-feira por volta de 10h50, é cotado a R$ 3,6793 – deve encerrar o ano negociado a R$ 3,70, segundo os economistas pesquisados pelo Focus. Anteriormente, a projeção era de R$ 3,75. Para 2020, a expectativa é de que a moeda americana seja cotada a R$ 3,75; projeção anterior era de R$ 3,78.

A balança comercial , que traz o resultado do total de exportações menos as importações, terá saldo positivo em 2019, embora a projeção tenha caído de R$ 52 milhões para R$ 51 milhões. Para 2020, também houve recuo, e a estimativa do mercado para o superávit passou de US$ 49 bilhões para US$ US$ 47,65 bilhões.

Uma das causas para a redução de expectativa para a balança comercial é a previsão de queda de investimentos estrangeiros diretos no Brasil. Para este ano, a projeção caiu de US$ 80 bilhões para US$ 79,5 bilhões. Para 2020, a estimativa variou negativamente de US$ 82,44 bilhões para US$ 80 bilhões.

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O Boletim Focus da semana projeta, em suma, inflação menor, dólar mais barato e manutenção da taxa básica de juros para este ano, embora a projeção para o PIB não tenha mudado, a entrada de investimentos estrangeiros diretos tenha caído e o resultado da balança comercial seguido a tendência de queda.

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