![Paulo Guedes, ministro da Economia, é quem lidera preparação do texto de reforma da Previdência, mas palavra final é de Bolsonaro Paulo Guedes, ministro da Economia, é quem lidera preparação do texto de reforma da Previdência, mas palavra final é de Bolsonaro](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/13/8k/xb/138kxbhw267prga23v74cmpjr.jpg)
A equipe de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) prepara campanhas publicitárias e organiza reuniões com empresários para aumentar a chance de aprovar a reforma da Previdência, assim como feito pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), que não conseguiu aprová-la.
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A ideia é apresentar o conteúdo do projeto da reforma da Previdência em primeira mão aos líderes de partidos aliados ao PS, para depois detalhar o texto com entidades empresariais e investidores, centrais sindicais, veículos de imprensa e a sociedade brasileira, A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
Michel Temer, que assumiu a Presidência em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e adotou políticas reformistas e voltadas ao corte de gastos públicos, adotou modelo similar, e sofreu com a rejeição. Mesmo tendo a aprovação da reforma da Previdência como prioridade, não conseguiu aprovar a PEC 287/16, que ainda está em tramitação. A ideia de Bolsonaro é, inclusive, aproveitar o texto, promovendo as emendas e mudanças desejadas, e apresentá-lo ao Congresso Nacional.
Embora a ideia de Temer tenha fracassado, a nova equipe econômica acredita que a popularidade do governo e da própria figura de Bolsonaro, somada ao otimismo de início de mandato e a ampliação dos debates sobre a necessidade de reformar a Previdência na esfera pública, faz com que, novamente, o otimismo impere. Paulo Guedes
, ministro da Economia, trata o tema como prioridade absoluta em seus discursos, pregando corte de gastos e "resolver" a questão a médio e longo prazo.
O discurso que prevalece no alto escalão do governo é de que a reforma da Previdência busca atacar privilégios. Uma medida provisória (MP) já em vigor busca combater fraudes no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), no chamado ' pente-fino do INSS '.
Programação para a reforma da Previdência
![Governo pretende apresentar proposta de reforma da Previdência ainda em fevereiro, mas votação depende da construção de sua base de apoio Governo pretende apresentar proposta de reforma da Previdência ainda em fevereiro, mas votação depende da construção de sua base de apoio](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/e9/jt/ce/e9jtce0smcybqtn8ich80pfeq.jpg)
Uma das prioridades da equipe econômica, a reforma atrai olhares e faz com que as informações sobre o tema se desencontrem. O governo tem enfrentado alguns atritos comunicacionais acerca da proposta. Entre falas e atualizações, o que se pode extrair é que o plano é iniciar a apresentação do texto da reforma entre a segunda e a terceira semana de fevereiro, segundo o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , o texto da reforma está pronto e será analisado pelo presidente da República, atualmente hospitalizado . Onyx diz que a "última palavra" será de Bolsonaro .
Somente após a palavra final do presidente o governo deve começar a chamar as lideranças partidárias na Câmara e então passar a detalhar o texto da reforma para todos, apresentando-o ao Congresso. Será feita uma emenda à PEC 287/16, proposta pelo governo Temer, que já está pronta para ser votada no plenário da Casa. Tudo isso está programado para o mês de fevereiro.
Com o texto apresentado, o governo se reunirá com aliados e empresários para discutir a apresentar detalhes, esperando apoio. Além disso, é esperado que a equipe marque uma série de entrevistas para detalhar o assunto e municiar a base de sustentação com informações para reforçar a necessidade de aprovar a reforma e os impactos que as novas regras para a aposentadoria teriam. Segundo Guedes, em um período de 10 anos, o Estado pode poupar até R$ 1,3 trilhão .
Onyx Lorenzoni reuniu ex-parlamentares que serão responsáveis pela articulação no Congresso. O governo ainda não é capaz de precisar o tamanho de sua base de apoio nas Casas (Câmara e Senado), e, por isso, estuda a liberação de cargos e emendas para conseguir o apoio necessário. Onyx e o ministro da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, devem ser os principais responsáveis pelo diálogo com deputados.
O calendário de votações dependerá justamente desse período de negociação. O governo precisará entrar em acordo com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre , presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. Para aprovar a reforma da Previdência na Câmara, o governo precisa de três quintos dos votos, o que significa, na prática, 257 votos.