O vice-presidente Hamilton Mourão declarou, nesta sexta-feira (1), que os militares das Forças Armadas já aceitaram o aumento do tempo de contribuição para aposentadoria de 30 para 35 anos. A afirmação foi feita após um almoço do vice-presidente com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
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De acordo com Mourão, o assunto já está "pacificado" dentro das Forças Armadas e a contribuição desses militares deve mesmo ser aumentada em cinco anos na reforma da Previdência .
Também hoje (1), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o projeto de reforma já está pronto para ser enviado para aprovação no Congresso Nacional, mas antes precisará passar por análise do presidente Jair Bolsonaro .
"A última palavra [sobre o texto da reforma da Previdência ] será do presidente", disse Lorenzoni. Desde o último domingo (27), Bolsonaro está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera da cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que usava desde setembro do ano pasasdo, quando sofreu um ataque à faca.
Foi na última quarta-feira (30) que Bolsonaro decidiu que os militares serão incluídos na reforma . Segundo o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, o presidente determinou que "todos têm que contribuir". "Ninguém vai ficar de fora. O governo vai apresentar um projeto [de reforma ] que vai levar em consideração todos os segmentos da sociedade brasileira”, disse Marinho.
"Esse é o esforço de salvarmos o sistema previdenciário e apresentarmos uma nova Previdência no Brasil. Então a responsabilidade é de todos. Todos os segmentos têm que dar sua contribuição nesse processo", completou o secretário.
Militares pediram para ficar de fora da reforma da Previdência
Alguns militares resistiram publicamente à inclusão da categoria na reforma. No começo do mês, os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), além do novo comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa, se manifestaram contra a ideia. Poucos dias depois, foi a vez do novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, protestar.
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"Como comandante do Exército, se me perguntarem, [diria que] não devemos modificar nosso sistema [de aposentadoria ] ", opinou Pujol. "Temos uma diferença muito grande de qualquer outro servidor público ou privado. Não temos hora extra, não temos adicional noturno, não podemos nos sindicalizar. Tem uma série de coisas que devem ser tratadas de forma diferente", completou, justificando uma possível exclusão da reforma da Previdência .