O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou na noite desta quarta-feira (30) que os militares serão inclusos na reforma da Previdência. De acordo com ele, a decisão é do presidente Jair Bolsonaro.
Leia também: Por que militares só devem entrar na segunda parte da reforma da Previdência?
"Ninguém vai ficar de fora. O governo vai apresentar um projeto [de reforma da Previdência ] que vai levar em consideração todos os segmentos da sociedade brasileira”, afirmou Marinho. Segundo o secretário, Bolsonaro determinou que "todos têm que contribuir".
"Esse é o esforço de salvarmos o sistema previdenciário e apresentarmos uma nova Previdência no Brasil. Então a responsabilidade é de todos. Todos os segmentos têm que dar sua contribuição nesse processo", completou.
Segundo Rogério Marinho , o presidente precisa dar o exemplo para os setores da sociedade. Por isso, "é evidente que ele está sinalizando que os militares vão entrar no processo. Isso está sendo dito pelos vários líderes do Exército, das Forças Armada."
Apesar de confirmar a decisão de Bolsonaro, o secretário afirmou que não sabe quando o projeto de reforma dos militares será enviado. Ele afirmou que é o presidente que decidirá o tempo certo.
Marinho disse esperar, no entanto, que o governo consiga aprovar as mudanças na aposentadoria na Câmara e no Senado até julho, quando começa o recesso parlamentar.
Também nesta quarta-feira (30), o vice-presidente Hamilton Mourão disse que a proposta deve ser enviada ainda neste primeiro semestre de 2019. De acordo com ele, a reforma é única, incluindo os militares , e vai contar com uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e em um projeto de lei.
O projeto de lei trataria das questões militares
, que não precisam de uma mudança constitucional para serem alteradas.
Militares pediram para ficar de fora da reforma da Previdência
Alguns militares resistiram publicamente à inclusão da categoria na reforma. No começo do mês, os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), além do novo comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa, se manifestaram contra a ideia. Poucos dias depois, foi a vez do novo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, protestar.
Leia também: Comandante do Exército defende exclusão dos militares da nova Previdência
"Como comandante do Exército, se me perguntarem, [diria que] não devemos modificar nosso sistema [de aposentadoria ] ", opinou Pujol. "Temos uma diferença muito grande de qualquer outro servidor público ou privado. Não temos hora extra, não temos adicional noturno, não podemos nos sindicalizar. Tem uma série de coisas que devem ser tratadas de forma diferente", completou, justificando uma possível exclusão da reforma da Previdência .