Os primeiros dias de governo de Jair Bolsonaro (PSL) farão das privatizações uma das principais prioridades. É o que afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, durante um evento do banco Credit Suissse nesta terça-feira (29) em São Paulo.
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A nova gestão espera realizar essas privatizações ainda nos 100 primeiros dias do ano - de acordo com o ministro, são 23 leilões marcados para esse período. “A nossa atuação vai se pautar por alguns pilares, entre eles a transferência maciça de infraestrutura para a iniciativa privada”, afirmou.
Segundo Freitas, entre os 23 leilões que serão realizados estão 12 aeroportos regionais, 4 terminais portuários, a ferrovia Norte-Sul e concessões rodoviárias.
Muitos deles já estavam encaminhados pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e foram elaborados pelo PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), órgão que promete facilitar a concessão de estatais à iniciativa privada . “Quem dá a solução é a iniciativa privada, vocês carregam o Brasil e têm de assumir a liderança", disse o ministro à empresários e possíveis investidores.
Privatizações de rodovias são foco do início da gestão
Só no âmbito das rodovias, que segundo Tarcísio Freitas é um setor que atrai muitos investidores, a equipe de Bolsonaro já avalia novos projetos para além dos trazidos pelo PPI no último governo. "Estamos construindo uma carteira nova. Já temos os próximos quatro anos projetados", declarou o ministro.
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Algumas das novidades são as possíveis vendas de trechos das rodovias BR-381 (Minas Gerais), BR-262 (Espírito Santo), BR-163 (Pará), BR-230 (Pará), BR-476 (Santa Catarina) e BR-280 (Santa Catarina).
De acordo com o ministro, o governo federal espera arrecadar pelo menos R$ 100 bilhões em investimentos com rodovias nos próximos quatro anos.
Transportes terrestres e aquáticos: união
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Além de realizar privatizações , o ministério da Infraestrutura também deve fundir as duas agências reguladoras de transportes terrestres e aquaviários, ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Segundo Freitas, as duas estatais "deram ruim" e, por isso, as possibilidades de união estao sendo estudadas. Só vamos tomar essa medida quando houver consenso e todas as dúvidas forem dissipadas", afirmou.