Os consumidores que usaram o cheque especial ou caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em dezembro. O primeiro subiu 6,9 pontos percentuais em relação a novembro, chegando a 312,6% ao ano; o segundo, por sua vez, saltou de 279,8% para 285,4%. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (29) pelo Banco Central (BC).
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As regras para o cheque especial foram alteradas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em julho do ano passado. Os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber uma oferta de parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.
A taxa do rotativo do cartão, por sua vez, corresponde a uma média calculada pelo BC, que se baseia nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes. Para os primeiros, que pagam pelo menos o valor mínimo da fatura em dia, a taxa chegou a 268% ao ano em dezembro, um aumento de 12,4 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Já os juros cobrados aos inadimplentes subiu 0,9 ponto percentual, indo para 297,7%.
Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor dois meses depois, em junho. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.
Não vale a pena
As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa e chegou 107,3% ao ano em dezembro, com redução de 15,6 pontos percentuais na comparação com o mês anterior.
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A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) chegou a 24,2% ao ano, permanecendo praticamente estável em relação a novembro (24,3%). A taxa média de juros para as famílias caiu 2,7 pontos percentuais, para 48,9% ao ano, enquanto o valor médio cobrado às empresas caiu 1,5 ponto percentual, atingindo 18,8% ao ano.
Inadimplência
A inadimplência do crédito, considerados apenas os atrasos acima de 90 dias e para pessoas físicas, ficou em 4,8% no mês passado, o mesmo valor registrado em novembro. No caso das pessoas jurídicas, houve recuo de 0,3 ponto percentual, indo para 2,7%. Os dados correspondem ao crédito livre, modalidade em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.
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No caso do crédito direcionado, relativo a empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura, os juros para as pessoas físicas subiram 0,1 ponto percentual, chegando a 7,8% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,8 ponto percentual, para 8,4% ao ano. A inadimplência das pessoas físicas caiu 0,2 ponto percentual, para 1,8%, e a das empresas permaneceu estável em 2%.
Projeções para 2019
Para este ano, o BC espera um maior crescimento, de 6%, do saldo do crédito. No segmento de pessoas físicas, a estimativa é de alta de 7% no estoque de empréstimos, “em linha com a aceleração do consumo das famílias”, segundo o Relatório de Inflação divulgado no dia 20 de dezembro.
Para pessoas jurídicas, a projeção é de expansão de 5%, “influenciada, entre outros fatores, pela continuidade do processo de captação de recursos por parte das empresas nos mercados externo e de capitais, em substituição aos recursos do SFN [Sistema Financeiro Nacional]”.
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A carteira de crédito livre deve crescer 10,5% e os empréstimos do segmento direcionado, 1%.
*Com informações da Agência Brasil