O atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse que será necessário subir impostos caso a reforma da Previdência Social não seja feita. A declaração foi dada por Guardia nesta terça-feira (11), em uma entrevista dada à radio CBN .
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Guardia destacou que, sem a diminuição de custos possibilitada pela reforma da Previdência, será preciso pensar em outra forma de conseguir recursos para equilibrar os gastos públicos. Essa medida seria, provavelmete, o aumento dos impostos .
"Com a reforma [da Previdência], o País vai crescer mais, de forma sustentada e em benefício da população. Sem a reforma, a pergunta é que impostos vamos aumentar para resolver o problema fiscal. Temos desequilíbrio entre receitas e depesas. Ou corta despesa ou aumenta a receita [através da elevação de tributos]", disse.
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O ministro também foi contra o tipo de reforma da Previdência pensado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro - que declarou, na terça-fera passada (4), que gostaria de "fatiá-la" . Guardia defendeu a proposta atual, do presidente Michel Temer , que prevê a definição de uma idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens após um período de transição, 25 anos de contribuição e iguala as regras para os setores público e privado.
"O meu entendimento é que o fatiamento da reforma não permite resolver o problema que vamos enfrentar. A reforma tem de ser semelhante, ou a mesma, que está no Congresso. Com idade mínina, regra de transição, e igualar regras de acesso setor público e privado", afirmou.
Eduardo Guardia disse, ainda, que o próximo governo deve ter pressa e que iniciar o projeto deve ser prioridade. "Esses são temas centrais que endereçamos no projeto que está lá, mas cabe ao próximo governo conduzir esse tema. A mensagem é que é absolutamente urgente e relevante que seja endereçado logo no início próximo ano", declarou.
Aumento de impostos, reforma ou retirada benefícios fiscais: alguma medida precisa ser tomada para recuperar os gastos públicos
O ministro da Fazenda ressaltou que é preciso "eliminar privilégios" para equilibrar as contas públicas do País, que passam por forte desequilíbrio. Ele acrescentou que a Previdência tem rombos anuais acima de R$ 100 bilhões. "O que estamos falando é: vamos cortar despesas e por isso a urgência da reforma da Previdência, por que ela vai permitir esse ajuste gradual [dos gastos públicos]. Estamos eliminando privilégios do sistema atual. E também é uma questão de justiça social e justiça fiscal", disse.
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Além da reforma da Previdência, o Guardia também afirmou que há necessidade de diminuir os benefícios fiscais, estimados em mais de R$ 370 bilhões para o ano que vem, que fazem com que o governo federal arrecade menos. "Para que a gente possa ter uma carga [tributária] melhor distribuída, alguns setores que estão pagando muito pouco impostos
deveriam voltar a pagar. Fazer uma avaliação de custo e benefício", declarou.