Os juros do rotativo do cartão de crédito subiram pelo segundo mês consecutivo. Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quinta-feira (26), a taxa média do rotativo subiu 4,7 pontos percentuais em relação a agosto, chegando a 278,7% ao ano. A taxa média é calculada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.
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O rotativo do cartão de crédito é tomado pelo consumidor que paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Para o consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 259,9% ao ano em setembro, com aumento de 9,6 pontos percentual em relação a agosto.
Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) subiu 0,9 pontos percentuais, indo para 292,2% ao ano.
Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que os inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passassem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho deste ano, mas, mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa, o que é comum.
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Valor do cheque especial segue maior que o juro do rotativo do cartão de crédito
A taxa de juros do cheque especial continua a ter seu menor índice desde março de 2016, quando estave em 300,8% ao ano. Seguindo a tendência, caiu 1,8% em setembro, comparada a agosto, e está em 301,4% ao ano.
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Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de parcelamento, com taxas de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.
As taxas do cheque especial e do juro rotativo do cartão de crédito são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. Para as famílias, o valor médio de taxação aumentou 0,4 ponto percentual em setembro, para 52,2% ao ano. A taxa média das empresas se manteve em 20,4% ao ano.
A inadimplência causa as altas taxas de juro do rotativo do cartão de crédito?
Para as instituições financeiras, sim. A inadimplência do consumidor é a justificativa para reajustar as taxas de juros, que, no caso do cartão de crédito é calculada quando os atrasos ultrapassam 90 dias.
Para pessoas físicas, a inadimplência caiu 0,1 ponto percentual e ficou em 4,9% em setembro, enquanto para as pessoas jurídicas também houve recuo, de 0,2 ponto percentual, ficando em 3,1%. Os dados são do crédito livre, quando os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.
No caso dos empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados especialmente aos setores habitacional, rural e de infraestrutura (crédito direcionado), os juros para as pessoas físicas também caíram 0,2 ponto percentual, chegando a 7,6% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,7 ponto percentual, para 8,7% ao ano.
A inadimplência das pessoas físicas caiu 0,2 ponto percentual e se manteve em 1,7% e a das empresas subiu 0,4 ponto percentual, para 2%.
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Em setembro, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 3,168 trilhões, com aumento de 0,4% no mês e 2,5% no ano. Em 12 meses, o crescimento registrado foi de 3,9%. Os R$ 3,168 trilhões correspondem a 46,7% de tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB) e contribui para que a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial continuem altas, uma vez que a demanda da população por crédito segue em expansão. As informações são da Agência Brasil.