A partir de 1º de novembro, os brasileiros poderão receber remessas enviadas do exterior por parentes e amigos em reais, segundo definiu o Banco Central (BC). Em circular publicada nesta quinta-feira (20), a autoridade monetária regulamentou as transferências unilaterais do exterior sem a necessidade de conversão de câmbio depois que o dinheiro entrar no país.
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Com a medida, o destinatário final poderá receber as remessas diretamente na conta corrente ou na poupança. A conversão da moeda estrangeira para reais poderá ficar a cargo do remetente, que arcará com todos os custos cambiais. A facilidade só vale para operações de transferências em caráter pessoal de até R$ 10 mil.
O serviço será facultativo, e caberá a cada instituição financeira decidir se oferece a remessa em reais. O BC esclareceu que as instituições deverão aplicar a legislação internacional entre bancos correspondentes e cumprir as medidas de segurança para prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo
Segundo o BC, a iniciativa faz parte de um pacote para tornar o sistema financeiro mais eficiente e reduzir custos. Atualmente, quando os recursos enviados do exterior chegam em moeda estrangeira, o destinatário precisa convertê-los em reais, negociando a taxa de câmbio e arcando com os custos da operação sem saber exatamente quantos reais receberá.
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Remessas enviadas em 2018
As remessas de dinheiro do Brasil para o exterior chegaram a US$ 1,063 bilhão no primeiro semestre de 2018. O valor é 13,6% maior do que o anotado no mesmo período de 2017 (US$ 935,7 milhões) e é o maior já anotado desde o início da série histórica em 1995.
Esse volume é estimulado pelo aumento no número de brasileiros que vão morar em outros países. Neste ano, a maior expansão foi registrada nas remessas para Portugal e Canadá, que cresceram 230,7% e 228,4%, respectivamente, em comparação com 2017.
Alemanha (188,6%), Itália (99,3%), Espanha (94,8%), Reino Unido (84,5%) e França (79,5%) também receberam mais remessas de dinheiro brasileiras em 2018 em relação ao ano passado. Entre os demais países listados pelo Banco Central (BC), houve queda de transferências apenas para os Estados Unidos (-47,9%).
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Segundo Luiz Eduardo Citro, diretor geral da Western Union e presidente da Associação Brasileira das Empresas de Remessas, a redução das remessas para o país norte-americano é explicada principalmente pela alta do dólar. “Isso desestimula as pessoas a estudarem ou viverem lá”, diz.
*Com informações da Agência Brasil