O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu nesta sexta-feira (12) que a votação do segundo turno da reforma da Previdência deve ficar para agosto, depois do recesso parlamentar. "O importante é terminar o primeiro turno hoje. Depois disso vamos ver se o quórum se mantém para sábado, semana que vem ou agosto", afirmou.
Ele afirmou que irá trabalhar para concluir a apreciação dos destaques (propostas de alteração de trechos do texto da reforma ) ainda hoje e, com isso, concluir a votação em primeiro turno. Os destaques começaram a ser votados na quinta-feira (11), mas a sessão foi suspensa na madrugada por falta de quórum. Os deputados aprovaram quatro destaques e rejeitaram um.
Rodrigo Maia
abriu a sessão para concluir a votação dos destaques da reforma da Previdência. Até meio-dia, havia apenas 259 parlamentares da Casa. Por volta de 12h15, haviam 306 deputados na Casa, número insuficiente para votar os destaques.
Aprovada em primeiro turno, o texto da reforma será enviado de volta à Comissão Especial, que formatará a redação resultante do plenário.
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Segundo Maia, isso deve ocorrer somente no começo da noite desta sexta. Por isso, ainda há dúvidas se o plenário teria quórum suficiente para aprovar a reforma também em segundo turno antes do recesso parlamentar.
"Não podemos correr o risco de ir para o segundo turno e perder a votação. Não podemos querer tocar muito rápido", argumentou.
O presidente da Câmara disse ainda que irá consultar partidos para saber qual é a projeção de quórum na próxima semana.
Como se trata de uma proposta para alterar a Constituição, a reforma da Previdência precisa passar por dois turnos de votação para o projeto avançar. O texto-base foi aprovado na quarta-feira por 379 votos a favor. Mas ainda é preciso concluir a votação de oito destaques antes de iniciar a análise em segundo turno. O recesso parlamentar começa na próxima semana.
Maia minimizou a perda de economia na reforma com os destaques aprovados até agora, mas ressaltou a importância de haver quórum para evitar que novas mudanças sejam feitas ao texto principal da Previdência.
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"A perda de arrecadação não vai passar no total de mais de R$ 25 bilhões. Mas os destaques do PT, se forem aprovados, tiram mais de R$ 100 bilhões. Por isso não podemos perder nenhum deputado hoje (sexta-feira), o quórum é importante", acrescentou.