Segundo Major Vitor Hugo (PSL), Bolsonaro defende uma regra de transição para policiais federais na nova Previdência
Fotos: Flickr do Planalto e Polícia Federal/Montagem: iG Arte
Segundo Major Vitor Hugo (PSL), Bolsonaro defende uma regra de transição para policiais federais na nova Previdência

O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL), confirmou nesta quarta-feira (3) que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) agora defende uma regra de transição mais branda para policiais federais, rodoviários, seguranças do Congresso e agentes penitenciários na reforma da Previdência. Segundo ele, seria uma forma de compensar o apoio desses profissionais a Bolsonaro ainda durante a campanha eleitoral.

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Vitor Hugo disse ainda que todos os trabalhadores serão submetidos a uma regra de transição para a idade mínima de aposentadoria. Os agentes de segurança, em especial, terão que cumprir idade mínima de 55 anos (homens e mulheres) assim que a proposta for aprovada.

O deputado não deu detalhes sobre a regra de transição que será criada para a categoria, mas disse que a ideia é evitar que uma mulher policial que pode se aposentar aos 45 anos, por exemplo, tenha que permanecer na ativa por mais dez anos. Segundo ele, o relator Samuel Moreira (PSDB), está analisando alternativas a serem incluídas em seu novo parecer.

"Bolsonaro traidor"

Delegados federais fizeram um protesto na tarde desta terça-feira (2) , na Câmara dos Deputados, a fim de pressionar o governo a incluir regras mais brandas para policiais na reforma da Previdência. Sentados no chão, eles chamaram Bolsonaro de traidor.


Além disso, parte da bancada do PSL, partido do presidente, ameaçou não votar o texto tanto na comissão especial quanto no plenário da Câmara. Esses parlamentares, ligados ao setor de segurança pública, querem incluir mudanças na complementação de voto que o relator Samuel Moreira (PSDB) apresenta na comissão especial da Casa neste momento.

Na noite de segunda-feira (1º), Major Vitor Hugo esteve com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM), e o relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB). Juntos, os parlamentares  tentaram negociar uma regra de transição mais amena para a aposentadoria de policiais federais e policiais rodoviários federais.

Segundo Vitor Hugo, a ideia não é tumultuar o processo de negociação, mas evitar que o partido tenha que apresentar destaques ao texto do relator, o que atrapalharia ainda mais a votação. Ele defendeu que, com as mudanças em favor dos policiais federais, a economia gerada com a reforma da Previdência seria reduzida em R$ 4 bilhões em dez anos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já se manifestou contra a alteração pleiteada pelos policiais porque, segundo o economista, isso pode desidratar a reforma. O governo previa uma economia de mais de R$ 1 trilhão em dez anos, mas o relator da reforma da Previdência já  reduziu esse valor para R$ 940 bilhões .

Nem todos os 22 deputados do  PSL , porém, defendem as regras mais brandas para os policiais federais. O partido já estaria considerando a possibilidade de liberar a bancada para a votação em plenário se o impasse permanecer.

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