Depois de atingir o prazo estipulado pelo pedido de vista – mais tempo para análise – solicitado na semana passada, a comissão especial da Câmara dos Deputados que aprecia a reforma da Previdência começa a discussão do parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB) nesta terça-feira (18).
Foram dadas duas sessões aos parlamentares para que estudassem a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência . A primeira delas foi realizada na última sexta (14), no dia seguinte ao da apresentação do relatório de Moreira na comissão especial. A segunda aconteceu na tarde desta segunda-feira (17).
Para abrir uma sessão, é necessária a presença de pelo 52 parlamentares. Líderes governistas atuaram para garantir esse quórum por duas sessões e acelerar a tramitação da reforma. "Conseguimos quórum mais uma vez. Com as sessões de sexta e hoje [segunda], encerramos o período de vista e prosseguimos para a discussão da nova Previdência amanhã", comemorou o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL).
Agora, a comissão especial discute a proposta. Nesta etapa, os deputados se inscrevem para discursar a favor ou contra a reforma da Previdência e, uma vez terminado o debate, o texto vai ao plenário do colegiado para ser votado.
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Se aprovada neste primeiro pleito, a reforma da Previdência segue para o plenário principal da Câmara, onde deve passar por mais duas votações. Para ser encaminhado ao Senado, o texto deve obter pelo menos 308 votos favoráveis (dos 513 possíveis) em ambas. A expectativa do governo é de que a tramitação da PEC na Casa seja encerrada antes do recesso parlamentar de julho.
Troca de farpas
A reforma da Previdência acabou protagonizando um desentendimento entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), na semana passada. Na sexta-feira (14), Guedes criticou o relatório de Moreira, alegando que o tucano teria cedido ao lobby dos servidores públicos, e Maia rebateu dizendo que o ministro estaria criando um crise desnecessária.
"Hoje, infelizmente, é meu amigo Paulo Guedes gerando uma crise desnecessária ", disse Maia em entrevista a GloboNews. "A vida inteira o ministro da Economia sempre foi o bombeiro das crises. Agora o bombeiro vai ser a Câmara. Nós não vamos dar bola para o ministro Guedes com as agressões que ele fez agora ao parlamento", completou.