Nesta semana, o governo enfrentou os protestos contra os cortes na educação e as investigações sobre Flávio Bolsonaro
Marcos Corrêa/PR - 15.5.19
Nesta semana, o governo enfrentou os protestos contra os cortes na educação e as investigações sobre Flávio Bolsonaro

O mercado brasileiro não se recuperou das  perdas registradas no último pregão e terminou a semana de forma negativa. O dólar fechou esta sexta-feira (17) em alta de 1,62%, a R$ 4,1020, o maior valor desde 19 de setembro. O Ibovespa, por sua vez, registrou leve queda de 0,04% e chegou a 89.992 pontos. É a primeira vez que o indicador fica abaixo dos 90 mil pontos neste ano.

Nesta semana, a cotação do dólar acumulou alta de 4%, enquanto a Bolsa caiu 4,52%. Isso porque os últimos dias foram cheios de más notícias e incertezas para o País: além da divulgação de dados que apontam desaquecimento da economia , o governo enfrentou pressões como os protestos contra os cortes na educação e as investigações envolvendo o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL).

Além disso, no exterior, a guerra comercial entre China e Estados Unidos continua preocupando os investidores e impactando moedas de países emergentes. Nesta sexta, os chineses reagiram às sanções dos norte-americanos contra a Huawei, afirmando que os EUA precisam mostrar sinceridade se quiserem manter as negociações para encerrar essa disputa.

O Banco Central  deve intervir no câmbio para conter a alta do dólar. A autoridade monetária anunciou, no início da noite desta sexta,  que fará os chamados leilões de linha – operação que equivale à venda de dólares com o compromisso de recompra no futuro – de segunda a quarta-feira da semana que vem, podendo chegar a US$ 3,75 bilhões no total.

Pessimismo

Marcelo Camargo/Agência Brasil
"A gente acha que a recuperação da atividade econômica foi parcialmente interrompida", avaliou o presidente do BC

Na quarta-feira (15), o Banco Central divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto), que teve queda de 0,68% no primeiro trimestre deste ano. Os números oficiais serão anunciados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 30 de maio, mas o IBC-Br reforça o pessimismo em relação ao crescimento econômico.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, atribuiu esse clima pessimista às  incertezas sobre a aprovação das reformas apresentadas pelo governo, em especial a da Previdência . "A gente acha que a recuperação da atividade econômica foi parcialmente interrompida. As eleições acabaram sendo mais polarizadas. Quem tem dinheiro, espera. O investidor esperou, esperou e está esperando o momento [de investir]", declarou Campos Neto.

Hoje, foi a vez da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgar perspectivas desalentadoras para o País: segundo dados do Monitor do PIB,  a economia retraiu 0,1% no primeiro trimestre deste ano. "Esse cenário é desanimador quando se constata que os oito trimestres anteriores [de crescimento] não foram suficientes para estimular uma retomada significativa após a recessão de 2014-2016", explica Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB. 

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!