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A cotação do dólar também acabou influenciada pelo receio quanto à desidratação da reforma da Previdência
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A cotação do dólar também acabou influenciada pelo receio quanto à desidratação da reforma da Previdência

Prevendo dificuldades para aprovar a reforma da Previdência por completo no Congresso Nacional, o mercado financeiro fechou o pregão desta quarta-feira (20) mais cauteloso. O Ibovespa, principal indicador de desempelho da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia em queda de 1,14%, a 96.544 pontos.  

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O resultado negativo vai na contramão da tendência de alta observada no exterior, especialmente nas bolsas dos Estados Unidos e da Europa. A cotação do dólar também acabou influenciada pelo medo quanto à desidratação da reforma da Previdência , terminando o pregão com variação positiva de 0,34%, a R$ 3,7290, depois de cair para menos de R$ 3,70 pela manhã.

A queda no Ibovespa e a alta do dólar não significam, porém, que os investidores não gostaram da reforma proposta pelo governo, que prevê economia de R$ 1,16 trilhão em dez anos. Para o mercado, o maior desafio agora é convencer os parlamentares a votar a favor do projeto em um momento como este, em que o governo mostra dificuldade em negociar.

Os questionamentos quanto à capacidade de Jair Bolsonaro (PSL) de aprovar a reforma da Previdência exatamente como foi proposta são compartilhados pela imprensa internacional . Mais cedo, veículos como a BBC News , do Reino Unido, e o El País , da Espanha, se referiram ao projeto como o teste mais difícil do governo, que recentemente se viu dentro de uma polêmica envolvendo supostos candidatos laranjas de seu partido, o PSL.

Apoio à reforma

Maior parte dos brasileiros apoia a nova Previdência e entendem que é necessário mudar as regras para aposentadoria
Fernando Frazão/Agência Brasil
Maior parte dos brasileiros apoia a nova Previdência e entendem que é necessário mudar as regras para aposentadoria

A maioria dos brasileiros apoia a reforma da Previdência e entende que é necessário mudar as regras para aposentadoria no Brasil. Mas somente 23% apoiam a idade mínima proposta pelo governo, de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Os dados são resultaldo de uma pesquisa da XP Investimentos divulgada nesta quarta-feira (20).

Segundo a apuração, 64% da população é a favor da reforma, 29% é contra e 7% não respondeu. A questão da idade mínima , porém, é mais controversa: embora 59% dos entrevistados defendam a regra, somente 23% apoiam os números apresentados pelo governo. Outros 41% são contrários à idade mínima de forma geral e defendem que a aposentadoria seja garantida somente por tempo de contribuição.

A maioria é contra a diferenciação da idade mínima entre homens e mulheres. Segundo a pesquisa, 53% defendem valores iguais, enquanto 44% afirmam que as mulheres devem poder se aposentar antes. Outros 3% não responderam. De acordo com o governo, permitir que as mulheres se aposentem antes dos homens foi uma exigência de Bolsonaro. O ministro Paulo Guedes, ao contrário, defendia idade mínima de 65 anos para ambos os gêneros.

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Sobre as novas regras da  Previdência , a maior parte dos brasileiros afirmou que as mudanças afetariam ou afetariam muito suas vidas. A maior parte (42%) diz que a reforma vai influenciar a própria realidade, enquanto outros 18% esperam ser muito afetados e 34% disseram que não devem ser afetados pelas alterações. Parte dos entrevistados (6%) não opinou.

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