Em novembro, o dólar ainda acumula alta de pouco mais de 1%; neste ano, a valorização da moeda ante o real é de 14%
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Em novembro, o dólar ainda acumula alta de pouco mais de 1%; neste ano, a valorização da moeda ante o real é de 14%

O mercado reagiu bem às expectativas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e à indicação de Roberto Campos Neto para a presidência do Banco Central (BC) no ano que vem. Nesta sexta-feira (16), a dólar caiu 1,28% e fechou o dia cotado a R$ 3,7372, 1,27% a menos do que o resultado registrado na última quarta-feira (14).

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Durante o dia, a moeda norte-americana chegou à mínima de R$ 3,7306 e à máxima de R$ 3,7825. No mês de novembro, o dólar ainda acumula alta de pouco mais de 1%. Neste ano, a valorização da moeda frente ao real já bate os 14%.

Influências do exterior

Na sessão desta sexta-feira (16), a cautela do mercado em relação ao Brexit também influenciou a cotação do dólar
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Na sessão desta sexta-feira (16), a cautela do mercado em relação ao Brexit também influenciou a cotação do dólar

Nos EUA, Richard Clarida, vice-presidente do Federal Reserve (ou Fed, o Banco Central norte-americano), declarou que a taxa de juros do país está próxima à neutralidade, entre 2,5% e 3,5%, e que o neutro "faz sentido". Em 2018, o Fed já elevou os juros norte-americanos três vezes e, por ora, há muitas expectativas sobre um novo aumento em dezembro.

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Na sessão desta sexta, também predominou certa cautela em relação ao Brexit , motivada principalmente pelas declarações de Theresa May, primeira-ministra britânica, que garantiu se manter firme à saída do Reino Unido da União Europeia em março de 2019. Ontem (15), quatro ministros do gabinete de May pediram demissão de seus cargos por não concordarem com o acordo que está sendo firmado entre o país e o bloco europeu.

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Presidência do Banco Central

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Novo presidente do BC, Roberto Campos Neto será responsável pela política cambial do país, o que está diretamente ligado à cotação do dólar

Na última quinta-feira (15), feriado nacional, a equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), confirmou o nome do economista Roberto Campos Neto  para ocupar a presidência do Banco Central. Campos Neto substituirá Ilan Goldfajn, que está à frente do BC desde junho de 2016 e deixou o posto voluntariamente.

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O economista de 49 anos de idade é neto de Roberto Campos, que foi ministro do Planejamento de Castelo Branco durante a ditadura militar. Atual responsável pela tesouraria do banco Santander, o indicado por Bolsonaro ainda terá que passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado antes de tomar posse.

Como Paulo Guedes, futuro ministro do novo governo, Campos Neto tem perfil liberal e apoia medidas que restrinjam o tamanho do Estado. Formado em economia pela Universidade da Califórnia, nos EUA, e especializado em finanças, o novo presidente do Banco Central já ocupou funções nos bancos Bozano, Simonsen e Claritas.

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O BC é uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda que também tem status de ministério. Caberá a Campos Neto zelar pela política cambial do país, o que está diretamente ligado à cotação do dólar , fixar a taxa Selic, regular o sistema bancário nacional e perseguir as metas de inflação fixadas pelo governo.

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