Depois da redução de 1,38% anunciada no último dia 9, a Petrobras comunicou que vai reajustar o preço da gasolina nas refinarias para cima a partir desta quinta-feira (17). Com a decisão, o litro do combustível passará dos atuais R$ 1,4624 para R$ 1,4990, um aumento de 2,50% – e o primeiro de 2019.
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A Petrobras adota essa política de reajuste dos preços desde julho de 2017. De acordo com a metodologia, as mudanças podem acontecer mais frequentemente, inclusive todos os dias, e refletem os preços praticados nos mercados internacionais e a cotação do dólar. A recente alta do petróleo e a desvalorização do real frente a moeda norte-americana motivaram, segundo a estatal, o reajuste no preço da gasolina nas refinarias.
O preço médio do litro do diesel nas refinarias, por sua vez, segue em R$ 1,9484. No fim do ano passado, a Petrobras anunciou um mecanismo financeiro de proteção à política de preços do diesel, semelhante ao já utilizado na gasolina, que permite à estatal manter o valor nas refinarias estável por um período de até sete dias em momentos de alta volatilidade.
Preço nas bombas
Na semana passada, o preço da gasolina nos postos caiu 0,76% em relação à anterior, chegando a R$ 4,2970. Em 2018, porém, segundo dados compilados pela Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o litro do combustível acumulou alta de 5,97%. No período, o preço do diesel também subiu (3,75%).
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As duas variações são maiores do que a inflação registrada em 2018. Segundo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do País, fechou o ano passado em 3,75%, dentro da meta estipulada pelo governo em 2017.
Entenda o preço da gasolina
De acordo com cálculos feitos pela própria Petrobras , os valores praticados nas refinarias equivalem a 25% do preço pago pelos consumidores nos postos. Essa porcentagem aproximada leva em conta a coleta de preços feita pela estatal entre os dias 6 e 12 de janeiro em 13 capitais e regiões metropolitanas do País.
Outros 47% são formados basicamente por tributos. Destes, 31% correspondem ao ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), recolhido pelos estados, e outros 16% são relativos à Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e ao PIS/Cofins, de competência da União.
A diferença entre os impostos estaduais e federais está na forma com que são cobrados. O ICMS varia de acordo com o que é praticado nos postos, então cada vez que o preço da gasolina sobe, os estados arrecadam mais dinheiro. O PIS/Cofins e a Cide, ao contrário, são valores fixados por litro: o primeiro é de R$ 0,7925 e o segundo, de R$ 0,10.
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Do restante do preço da gasolina , 12% correspondem ao custo do etanol anidro, que, segundo a lei, deve compor 27% da gasolina comum. Os últimos 16%, por sua vez, são relativos aos custos e ao lucro de distribuidores e postos. Em maio de 2018, essa fatia era de 12%, o que sugere um aumento de quatro pontos percentuais na margem de lucro desses agentes desde então.