Em 2018, o preço da gasolina nos postos acumula alta de 7,76% – variação duas vezes maior do que a inflação esperada
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Em 2018, o preço da gasolina nos postos acumula alta de 7,76% – variação duas vezes maior do que a inflação esperada

Na semana passada, o preço da gasolina nos postos caiu 2,3% em relação à anterior, passando de R$ 4,505 para R$ 4,402. É a sétima semana consecutiva de queda, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pela Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP).

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A queda do  preço da gasolina  nas bombas contraria a política adotada nas refinarias. No último sábado (8), depois de quatro dias de estabilidade, a Petrobras anunciou um reajuste de 1,6% no litro do combustível, que passou de R$ 1,5339 para R$ 1,5585. É a segunda alta imposta pela estatal desde meados de setembro.

Em 2018, ainda de acordo com a ANP, o preço médio da gasolina praticado nos postos acumula alta de 7,76%. A variação é mais de duas vezes maior do que a inflação esperada para o ano todo. Segundo o último  Boletim Focus divulgado ontem (10) pelo Banco Central, o mercado espera que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do País, fique em 3,71%.

Petrobras adota essa política de reajuste dos preços desde julho de 2017. De acordo com a metodologia, as mudanças podem acontecer mais frequentemente, inclusive todos os dias, e refletem os preços praticados nos mercados internacionais e a cotação do dólar.

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Entenda o preço da gasolina

Do preço da gasolina, 27% correspondem aos valores praticados nas refinarias e outros 45% aos impostos incidentes
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Do preço da gasolina, 27% correspondem aos valores praticados nas refinarias e outros 45% aos impostos incidentes

De acordo com cálculos feitos pela própria Petrobras, os valores praticados nas refinarias equivalem a 26% do preço pago pelos consumidores nos postos. Essa porcentagem aproximada leva em conta a coleta de preços feita pela estatal entre os dias 2 e 8 de dezembro em 13 regiões metropolitanas do País.

Outros 47% são formados basicamente por tributos. Destes, 31% correspondem ao ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), recolhido pelos estados, e outros 16% são relativos à Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e ao PIS/Cofins, de competência da União.

A diferença entre os impostos estaduais e federais está na forma com que são cobrados. O ICMS varia de acordo com o que é praticado nos postos, então cada vez que o preço da gasolina sobe, os estados arrecadam mais dinheiro. O PIS/Cofins e a Cide, ao contrário, são valores fixados por litro: o primeiro é de R$ 0,7925 e o segundo, de R$ 0,10.

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Do restante do preço da gasolina , 12% correspondem ao custo do etanol anidro, que, segundo a lei, deve compor 27% da gasolina comum. Os últimos 15%, por sua vez, são relativos aos custos e ao lucro de distribuidores e postos. Em maio passado, essa fatia era de 12%, o que sugere um aumento de três pontos percentuais na margem de lucro desses agentes.

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