Apesar da lenta retomada da economia refletir no ânimo dos brasileiros, a maioria dos consumidores (72%) deve ir às compras no próximo Dia das Crianças — e a expectativa é de que o varejo movimente cerca de R$ 9,4 bilhões nesta data. É o que revela a pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais.
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Os gastos com as lembranças para o Dia das Crianças
, porém, prometem ser ponderados. De acordo com o levantamento, 39% dos entrevistados que presentearão, principalmente filhos, sobrinhos, netos ou afilhados, pretendem gastar o mesmo valor do ano passado, enquanto 24% planejam compras presentes mais baratos. No total, cada consumidor deve desembolsar, em média, R$ 187.
Os impactos da crise econômica ainda contribuem para que boa parte dos consumidores gaste menos nesta data. O orçamento apertado (34%) é apontado como principal motivo desta cautela, seguido pelo desejo de economizar (24%), o desemprego (18%) e outras prioridades de aquisição (9%), como carro e casa, por exemplo. Outros 8% também precisam pagar dívidas em atraso.
O Dia das Crianças representa a última festa comemorativa antes do Natal e dará sinais de como será o desempenho das vendas no final do ano. “As intenções de compra da data servirão de termômetro para o fim de ano, principalmente em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afetado pelas dificuldades econômicas”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Perfil das compras
Embora os brasileiros estejam mais moderados, a pesquisa da CNDL e do SPC mostra que cerca de um terço (30%) pretende comprar dois presentes e 25% apenas um. A maioria (66%) espera pagar os produtos à vista e o dinheiro será a opção de 51% dos entrevistados, à frente do cartão de crédito parcelado (34%) e do cartão de débito (28%).
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Os shoppings são o lugar preferido de 42% dos consumidores para fazer suas compras (42%), enquanto 35% optarão pela internet, provavelmente motivados pela comodidade e praticidade. Outros 28% mencionaram que buscarão o tradicional comércio de rua.
Mesmo com uma inflação menor – 4,53% nos últimos 12 meses – se comparada ao auge da crise econômica, a maioria dos entrevistados (59%) avalia que os preços dos presentes estão mais caros do que em 2017. Para 31%, os preços estão na mesma faixa e apenam 6% dizem estar mais baratos.
O estudo aponta, ainda, que 80% dos consumidores pretendem pesquisar preços antes de comprar, em especial as mulheres
(84%) e as classes C e D (82%). Entre os que adotam a prática da comparação pela internet (77%), os meios de pesquisa mais utilizados são os sites de busca, como o Google (66%), os aplicativos de comparação de preços (51%) e os sites de ofertas (48%).
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No ranking dos tipos de presente que devem ser mais escolhidos pelos consumidores, as roupas e calçados (38%) aparecem em primeiro lugar, seguidas pelas bonecas (37%) e pelos aviões e carrinhos de brinquedo (21%).
A inadimplência e o Dia das Crianças
Segundo a economista do SPC, os consumidores só devem ir às compras se o orçamento permitir e se não tiverem contas em atraso. “Mesmo que os valores pareçam baixos, todo esforço deve ser direcionado ao pagamento das dívidas. Para quem está com as contas em dia, a recomendação é planejar os gastos e pagar à vista”, orienta Marcela.
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Quando questionados se costumam gastar mais do que podem para presentear no Dia das Crianças, a maioria dos entrevistado (74%) respondeu que não. Outros 22%, porém, reconheceram que assumem despesas acima de suas possibilidades financeiras.
A consequência do hábito de gastar além do próprio orçamento é a inadimplência : 28% dos que pretendem fazer compras nesta data possuem alguma conta atrasada – e 69% destes consumidores estão com o nome sujo. Entre os que compraram presentes para o Dia das Crianças passado, 23% admitem ter ficado negativados, sendo que 16% destes ainda estão nesta situação.
Divisão dos gastos
Em tempos de dificuldades, dividir o valor dos presentes com outras pessoas para economizar é uma alternativa que atrai muitos brasileiros. Segundo o levantamento da CNDL e do SPC, cerca de 15% dos entrevistados pretendem dividir o valor das compras, sendo que metade deve fazê-lo com o cônjuge, 24% com o pai ou a mãe da criança e 21% com outros familiares.
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Para 32%, a divisão do preço do presente será usada como estratégia de redução dos gastos . Mas uma parcela significativa dos consumidores também respondeu que vai recorrer à alternativa por estar com o orçamento apertado (26%) ou por estar desempregado (22%). Apenas um em cada oito entrevistados respondeu que espera pagar pelos presentes sozinho, sobretudo os homens (86%).
Influências na escolha
O estudo também analisou o protagonismo das crianças na escolha dos presentes e a influência de seu círculo social e dos meios de comunicação nos seus hábitos de consumo. De acordo com a pesquisa, 37% dos entrevistados disseram se sentir pressionados pelos pequenos para comprar o que eles desejam, mas outros 62%, não.
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Quase todos os consumidores (92%) que participaram do levantamento, especialmente os de 35 a 54 anos (96%), disse acreditar que a publicidade influencia seus filhos na hora de pedirem presentes para o Dia das Crianças . Além disso, a grande maioria (91%) ouvida também concorda em algum grau que as crianças sejam influenciadas por outras na definição dos presentes que gostariam de ganhar.