O preço da cesta básica caiu em dez das 18 capitais brasileiras pesquisas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) no mês de setembro. Segundo o levantamento divulgado nesta quinta-feira (4), Goiânia apresentou a maior redução (-2,31%), ficando em R$ 354,11. Em 12 meses o conjunto de produtos registrou queda de 5,06% na capital goiana. Recife, por sua vez, teve a maior retração em setembro (-2,17%), ficando em R$ 332,75.
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Já em São Paulo, o preço da cesta básica ficou estável no mês passado, no valor de R$ 432,83. Em 12 meses, a cesta teve alta de 2,81% na capital paulista. Também em São Paulo, o conjunto de produtos teveo segundo maior valor entre as cidades pesquisadas.
As maiores elevações foram verificadas em Campo Grande (5,24%) e Salvador (1,26%). Na primeira, os produtos estão cotados atualmente em R$ 383,77 e na outra em R$ 315,86. Na capital baiana, no entanto, a cesta acumula queda de -0,84% em 12 meses e dessa forma continua sendo a mais barata do País. Enquanto isso, em Campo Grande, o conjunto de produtos registra alta de 6,83% no período, a maior entre as cidades pesquisadas.
Na outra ponta, a cesta mais cara do mês, segundo o levantamento, é a de Florianópolis (R$ 435,47). Os itens tiveram alta de 0,97% em setembro e de 3,89% em 12 meses.
Composição do preço da cesta básica
Entre agosto e setembro, seis produtos que compõem a cesta básica tiveram retração nos preços segundo o Dieese : batata (-8,14%), tomate (-5,31%), leite integral (-4,15%), açúcar refinado (-1,67%), manteiga (-1,15%) e óleo de soja (-0,30%). Em 12 meses, cinco itens registram quedas acumuladas: feijão carioquinha (-11,73%), açúcar refinado (-8,88%), tomate (-8,84%), café em pó (-5,76%) e batata (-5,24%).
Em contrapartida, no mês, tiveram alta o pão francês (1,23%), a carne bovina de primeira (1,71%), o café em pó (2,42%), a banana (2,63%), o arroz agulhinha (2,67%) e a farinha de trigo (5,99%). Em 12 meses, acumulam elevações a banana (1,03%), o óleo de soja (1,20%), a carne bovina de primeira (2,52%), o arroz agulhinha (5,48%), a manteiga (6,83%), o pão francês (9,32%), o leite integral (21,86%) e a farinha de trigo (26,91%).
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Dessa forma, em setembro de 2018, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica por um trabalhador que ganha o salário mínimo nacional foi de 85 horas e 35 minutos de trabalho. Pouco diferente de agosto de 2018, quando eram necessárias 85 horas e 43 minutos, e, de setembro de 2017, quando eram precisos em 86 horas e 32 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 42,29% do salário mínimo líquido para adquirir os mesmos produtos que, em agosto, demandavam 42,34% e, em setembro de 2017, 42,75%.
Preço da cesta básica serve para calcular o salário mínimo necessário
Se o trabalhador gasta quase 50% do seu salário apenas com alimentação, é impossível que, dessa forma, ele tenha dinheiro suficiente para cobrir todos os gastos pelos quais os cidadãos brasileiros têm direito previsto na Constituição Federal, sendo eles, além da alimentação: moradia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiente, transporte e Previdência Social. Ciente disso, o Dieese calcula mensalmente o valor do salário mínimo ideal necessário.
O cálculo do Dieese é feito levando em consideração o sustento de uma família de dois adultos e duas crianças. Com base no valor da cesta básica mais cara dentre as capitais brasileiras no mês multiplicado por três (dois adultos com peso um e duas crianças com peso 0,5 na conta) se chega ao valor gasto pelo trabalhador com alimentação.
A partir daí, como o gasto estimado em alimentação de uma família do extrato social mais baixo da população é em torno de 35%, o Dieese faz uma ponderação para saber qual o valor total necessário para suprir todos os direitos básicos de um trabalhador e, portanto, definir mensalmente o valor do salário.
Dessa vez, com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de Florianópolis, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3. 658,39, ou 3,83 vezes o salário mínimo nacional, de R$ 954,00.
Em agosto, esse mesmo salário tinha sido calculado em R$ 3.636,04, ou 3,81 vezes o piso mínimo do país. Já em setembro de 2017, o mínimo necessário era equivalente a R$ 3.668,55, ou 3,92 vezes o salário mínimo nacional daquele ano, correspondente a R$ 937,00, já que o preço da cesta básica estava proporcionalmente mais alto.
*Com informações do Dieese