A Petrobras prepara estratégia de venda de suas distribuidoras, se aproveitando de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu, em junho, a venda de subsidiárias de empresas públicas sem necessidade de aprovação do Congresso. Roberto Castello Branco, presidente da empresa, disse nesta quinta-feira (25) que a próxima subsidiária na mira é a Liquigás, e o negócio deve ser anunciado em agosto.
Nesta semana, foi anunciada a privatização da BR Distribuidora em negócio estimado em R$ 9,6 bilhões. As ações da subsidiária chegaram a subir mais de 5% após o anúncio, que gerou reações, sobretudo por conta dos resultados obtidos no ano passado, quando foi registrado lucro de R$ 3.2 bilhões. A negociação faz com que a Petrobras passe a controlar apenas 37,5% – controle privado – da rede de combustíveis, número que hoje é de 71,25% – controle estatal.
A Petrobras detém 100% da Liquigás e abriu processo de venda da subsidiária em abril deste ano. Em 2018, a estatal chegou a anunciar a venda do grupo para o Grupo Ultra, mas a negociação foi vetada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que obrigou pagamento de multa de R$ 280 milhões à estatal. O valor da venda vetada da Liquigás, à época, foi de R$ 2,8 bilhões.
"A próxima [subsidiária] a deixar o Estado será a Liquigás, agora no mês de agosto. A Petrobras está vendendo 100% da Liquigás e deve receber as ofertas vinculantes finais no dia 7 de agosto", anunciou Castello Branco em cerimônia que marcou a venda de ações da BR Distribuidora na B3 , bolsa paulista.
Assim como a BR Distribuidora , a Liquigás também teve lucro líquido em 2018. Segundo o balanço da estatal, a subsidiária que possui 20 milhões de clientes e cinco mil pontos de venda teve receita de R$ 5,6 bilhões, com lucro de R$ 147,5 milhões.
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O presidente da Petrobras celebrou ainda os "desinvestimentos" da empresa neste ano, que segundo ele já gerou US$ 15 bilhões em venda de ativos. Segundo Castello Branco, "vem muito mais". "Temos um amplo programa de desinvestimentos. Outros farão melhor que a Petrobras. Nós faremos nosso trabalho muito bem na exploração e produção de petróleo e gás", concluiu.