Um grupo de manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) protestou nesta quinta-feira (4) em uma loja da Havan em Itaquaquecetuba, Grande São Paulo, contra a reforma da Previdência. O dono da rede varejista, Luciano Hang, é um dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) e do projeto de reforma da Previdência por ele apresentado. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo
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Durante o ato, os sem-teto encheram os carrinhos com itens como roupas, edredons e travesseiros e, na hora de pagar, mostraram um cheque gigante "assinado" por Hang em nome do "povo brasileiro" no valor de R$ 168 milhões. A quantia faz referência ao total de dívidas que o empresário acumulava em 2004 com a Receita Federal e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
No fim da ação, todos os produtos foram devolvidos e os manifestantes ergueram cartazes com palavras de ordem contra Hang e a Havan. À Folha, Josué Rocha, coordenador do MTST, disse que a ideia original "era fazer uma ocupação simbólica, com um povo que geralmente não frequenta esse lugar”.
Pelo Twitter, o ex-candidato a Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, comentou o ato do MTST em frente à unidade da Havan. Boulos demonstrou apoio às manifestações sob a justificativa de que "é preciso expor a hipocrisia de caloteiros que defendem a reforma da Previdência ".
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O adversário de Bolsonaro durante as eleições de 2018 também se manifestou pelo Facebook. Boulos compartilhou uma foto de Luciano Hang com uma lista de acusações ao empresário. "Condenado em 2008 a mais de 13 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. [...] Entendeu por que o MTST foi à loja da Havan "?, diz a publicação.