O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sinalizou nesta sexta-feira (7) que a privatização dos Correios, prometida ainda durante as eleições, tem ganhado força em seu governo. Em mensagem publicada no Twitter, o presidente defendeu que a oferta de serviços melhores só é possível com menor intervenção do Estado e mais concorrência.
Leia também: Na mira do governo, privatização dos Correios não garante fim da corrupção
"Serviços melhores e mais baratos só podem existir com menos Estado e mais concorrência, via iniciativa privada. Entre as estatais, a privatização dos Correios ganha força em nosso governo", escreveu Bolsonaro.
Até então, a ideia se mostrava controversa. No início do ano, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse não ser favorável à venda da estatal "por enquanto". Mais recentemente, o próprio presidente dos Correios, Juarez Cunha, reforçou sua posição contrária à privatização , argumentando que a estatal não depende integralmente de recursos da União.
Até o ministro da Ciência e Tecnologia, pasta à que os Correios estão subordinados, resiste à iniciativa. No fim de abril, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo , Marcos Pontes disse estar alinhado às diretrizes de Paulo Guedes, mas defendeu que a privatização deve ser baseada em números e levar em conta as necessidades estratégicas do País.
Últimos números
Depois de quatro anos seguidos de prejuízos, os Correios voltaram a registrar resultados positivos em 2017 e 2018, quando o lucro líquido da estatal chegou a R$ 667 milhões e R$ 161 milhões, respectivamente. A recuperação é fruto de medidas como o programa de demissões incentivadas adotado em 2017 e mudanças nas regras de financiamento do plano de saúde de seus funcionários.