A Avianca Brasil declarou, nesta terça-feira (21), que é contra a proposta de compra de parte de suas operações pela Azul, que ofereceu US$ 145 milhões na semana passada . A manifestação foi apresentada pela Avianca à Justiça de São Paulo.
O documento é uma resposta ao pedido do juiz Tiago Limongi, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, que intimou a Avianca a se posicionar sobre a proposta de aquisição por parte da concorrente.
No relatório de cinco páginas, a companhia aérea classifica a proposta da Azul como “juridicamente inviável, tendo em vista que não há como alienar a maioria dos ativos da Avianca sem a existência de um plano de recuperação judicial apreciado e aprovado pelos credores".
Além disso, a Avianca alega que o plano da Azul tem slots (autorizações de pousos e decolagens nos aeroportos) diferentes daqueles designados para serem levados a leilão pelo plano anterior, apoiado por Gol e Latam.
A ideia original da empresa , caso o leilão tivesse acontecido, era seguir a operação com os slots remanescentes. "Ainda que em tamanho bastante reduzido, a Avianca pretende manter atividade econômica viável, o que seria possível com a continuidade de parte de sua operação", diz a nota.
Proposta da Azul diverge de plano aprovado por credores
A proposta da Azul , a terceira desde o pedido de recuperação judicial da Avianca, em dezembro do ano passado, é diferente da aprovada em assembleia de credores em 5 abril , e apoiada por Gol e Latam.
Por esta proposta, ainda em vigor, Gol e Latam deverão aportar US$ 70 milhões cada uma na aquisição de pelo menos duas das sete Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), espécie de 'mini-Aviancas' que irão a leilão. A proposta da Azul traz só uma UPI.
Previsto para ocorrer em 7 de maio, o leilão foi suspenso após liminar obtida pela prestadora de serviços aeroportuários Swissport questionando as regras de divisão dos slots.