Marcelo Camargo/Agência Brasil
"Se o Banco do Brasil fosse privatizado, teria um resultado melhor do que tem hoje", defendeu Rubem Novaes

Para o novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, a instituição seria mais eficiente se fosse privatizada – e todos os funcionários ganhariam com isso. Novaes, porém, deixou claro que essa posição é pessoal, e não uma política de governo, mas espera que um dia o País esteja preparado para essa ideia. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo .

Leia também: Guedes volta a defender privatizações e diz que "velha política" morreu

"Temos essa ambição [de dar retorno similar ao de instituições privadas]. O banco público sempre tem alguns entraves, não temos a mesma liberdade que os privados para tomar certas decisões", disse o presidente. "Se o Banco do Brasil  fosse privado, teria um resultado melhor do que tem hoje", completou.

As declarações foram feitas nesta quinta-feira (14) durante o evento de divulgação do balanço da instituição. O BB reportou um lucro líquido ajustado – isto é, livre de efeitos extraordinários – de R$ 12,862 bilhões em 2018, uma alta de 16,8% em relação ao ano anterior. Só no quarto trimestre, o resultado positivo foi de R$ 3,803 bilhões, 22,3% acima do registrado no mesmo período de 2017.

A opinião de Novaes sobre a privatização do Banco do Brasil não é compartilhada pelo governo – pelo menos não por enquanto. Em outra ocasião, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, já indicou que o BB, a Caixa Econômica Federal e a Petrobras devem ser preservados porque são considerados "estratégicos". 

Planos para o futuro

O presidente afirmou que o Banco do Brasil estuda parcerias e abertura de capital para algumas de suas atividades
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente afirmou que o Banco do Brasil estuda parcerias e abertura de capital para algumas de suas atividades

Durante o evento, Novaes também comentou sobre os planos que tem para o Banco do Brasil. O presidente afirmou que a instituição estuda parcerias e abertura de capital para as atividades mais afins ao negócio principal do BB, como as áreas de banco de investimentos, meios de pagamento e seguridade.

Leia também: Caixa prioriza cliente de baixa renda e vai visitar favelas para ouvir demandas

"Entendemos que a abertura de capital estampa valor e costuma melhorar a governança. Parceria não significa que vai dividir receita. Você cria um bolo maior e a parcela que recebe pode ser superior ao que ganhava integralmente. Parceira só faz sentido se agrega valor", disse Noves.

Os demais ativos, porém, são passíveis de desinvestimentos – e não a "qualquer preço". Segundo o presidente, ainda não foi definido quais seriam esses desinvestimentos e quanto o banco poderia ganhar com eles, muito porque existe uma preocupação com uma possível desvalorização. "A pior coisa é ter pressa para vender alguma coisa, porque vai desvalorizar seu ativo", defendeu.

Mulheres no BB

O novo presidente disse que deseja uma participação cada vez maior de mulheres na gerência do Banco do Brasil
Shutterstock
O novo presidente disse que deseja uma participação cada vez maior de mulheres na gerência do Banco do Brasil

Em meados de 2018, o então presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli revelou que a instituição tinha cerca de 16% dos cargos de comando ocupados por mulheres, e que o objetivo era chegar ao menos a 22%.

Leia também: Vale não deve ser "demonizada" por Brumadinho, defende secretário

O novo presidente disse desejar uma participação cada vez maior de mulheres na gerência do Banco do Brasil , e garantiu que qualquer entrave existente para alcançar essa meta será eliminado. O executivo, contudo, descartou a adoção de uma política de cotas.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!