O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou, nesta sexta-feira (18), uma lista de seus maiores clientes e uma relação das operações realizadas nos últimos 15 anos. O compilado também traz os países que fizeram empréstimos com o Brasil neste período. As informações, porém, já estavam disponíveis no site do banco desde 2015.
Naquele ano, quando Dilma Rousseff (PT) ainda era presidente e o BNDES
era comandado por Luciano Coutinho, o banco começou a divulgar mais detalhes sobre a identidade de seus clientes, taxas de juros aplicadas e resumos dos projetos apoiados. As contestações por parte do TCU (Tribunal de Contas da União) e as revelações da Operação Lava Jato sobre os escândalos de corrupção envolvendo empreiteiras motivaram essa tentativa de maior transparência.
Abrir a suposta “caixa-preta” do BNDES foi uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Quando candidato, o presidente cobrou a divulgação dos valores dos empréstimos que financiaram obras de empresas brasileiras no exterior, principalmente em países vistos como “mau pagadores”. Joaquim Levy , nomeado presidente do banco ainda em 2018, também prometeu tornar públicas essas informações.
A lista divulgada hoje, na verdade, é uma versão organizada e mais acessível dos dados já disponibilizados periodicamente pelo BNDES. O compilado não difere muito do relatório publicado em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB), e produzido para defender a atuação do banco e atestar sua relevância para o desenvolvimento do País. Este último também pode ser consultado no site da biblioteca digital do BNDES .
“Vamos mais a fundo”
Em sua conta no Twitter, Bolsonaro comemorou a iniciativa do BNDES de divulgar dados sobre clientes, empréstimos e operações. O presidente compartilhou um link para a lista e sugeriu aos seguidores que tirassem suas próprias conclusões sobre ela. “Ainda vamos bem mais a fundo!”, garantiu.
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No último dia 7, ao tomar posse da presidência do BNDES , Levy prometeu combater, de forma transparente, o patrimonialismo e as distorções já verificadas, se adequando às novas condições do País e às expectativas da população. “O papel do BNDES é contribuir no desenvolvimento de novas ferramentas, novas formas de trabalhar. A ferramenta para isso tem que ser a ética, a transparência, a responsabilidade e a responsabilização”, declarou.