O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou, nesta quarta-feira (5), um inquérito civil para investigar a ocorrência e os responáveis pelos maus tratos que levaram à morte de um cachorro numa loja da rede Carrefour em Osasco (SP). A iniciativa, segundo o MP, foi motivada pela ampla divulgação do caso, tanto pelos veículos de comunicação quanto por usuários nas redes sociais.
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O promotor Marco Antônio de Souza, responsável pelo inquérito contra o Carrefour , disse ter levado em conta que, de acordo com a Constituição, é dever do Estado proteger todos os animais. Além disso, Souza destacou que pessoas físicas ou jurídicas que adotam condutas nocivas ao meio ambiente devem sofrer sanções penais e/ou administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Relembre o caso
No último dia 28 de novembro, um texto publicado no Facebook relatou que um funcionário da rede de hipermercados teria envenenado e espancado um cachorro. Segundo Isabela Marcelino, autora da postagem, o animal estava pelos arredores da loja há cerca de uma semana, e foi espancado por um dos seguranças do local a pedido de um superior. O vira-lata chegou a ser socorrido pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas não resistiu.
"O cachorro foi quase morto a pauladas [...] só porque pessoas importantes e diretores da matriz da empresa visitariam a loja. Para fazer 'bonito', não queriam o cachorro abandonado rodando por lá. Mandaram eliminar o animal como se não fosse nada e da pior forma possível!", escreveu Isabela. O texto, até o momento da publicação desta matéria, já reunia mais de 26 mil compartilhamentos.
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Ainda no dia 28, segundo a prefeitura de Osasco, o Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal foi acionado para prestar socorro a um cachorro "ferido e sangrando", possível vítima de atropelamento. Somente no sábado (1) o departamento recebeu a denúncia de que se tratava de um caso de maus tratos.
Posicionamento do Carrefour
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Em nota oficial compartilhada em suas redes sociais, o Carrefour afirmou que "reconhece que um grave problema ocorreu" na loja de Osasco e que "não vai se eximir de sua responsabilidade". A rede de hipermercados também se disse triste com o ocorrido e que o funcionário foi afastado desde o início das investigações.