A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi privatizada em 1997, comprada pelos fundos de pensão das estatais, CSN e fundos internacionais, sob o Consórcio Brasil. Seu valor foi de 3,5 bilhões de dólares. Após o leilão, a Vale já valia 12,5 bilhões de US$. Hoje, seu valor orbita os 500 bi de US$.
Um feito da boa gestão privada, que inclui Brumadinho, onde 256 pessoas morreram pela fatalidade de um projeto malfeito. Essa é a Vale de hoje: da busca desenfreada pelo lucro e a desvalorização das vidas humanas.
A privatização aqui é só um adereço. Trata-se de discutir a gestão da empresa e os seus valores. Por que Brumadinho (esquecendo Mariana, cuja culpa também é da Vale) aconteceu? Por que existem mais 29 lagoas de contenção sob risco de ruptura? Porque o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeu, não acha o assunto relevante. Não priorizou nenhuma solução e empurrou de barriga.
Agora é o momento de renovação de seu contrato de trabalho. Mitsui, Cosan, Bradespar e Previ querem a saída do presidente. E desde que manifestou esse desejo, a Previ vem sugerindo o nome do ex-ministro Guido Mantega, por reconhecer que a Vale tem péssimas relações com governos, o que Mantega superaria com facilidade.
O Grupo Cosan, amicíssimos dos Bolsonaro, recentemente sonham de ter Luís Henrique Guimaraes como CEO da empresa.
Bastou o presidente Lula dizer de público que a Vale não fez nada por Brumadinho que foi promovido a pai da ideia de nomear Guido. E começa uma tentativa vil de acusar o governo de ter telefonado aos conselheiros ou para se meter em assuntos privados.
Só que o governo tem uma Golden Share, uma única ação com poderes maiores do que todas as outras juntas. Então não há o que discutir, o governo é parte dessas discussão.
Essa estoria que o governo ligou para ameaçar quem não votar no Guido é substimar demais as pessoas envolvidas. Lembra as fake news bolsonaristas, coisa que o Rubens Ometto conhece bem.
O mais importante continua sendo: quais os valores da Vale?