Por um programa de apoio às pequenas empresas familiares
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Por um programa de apoio às pequenas empresas familiares


As pequenas empresas familiares são responsáveis pela manutenção de inúmeras famílias pobres, nos mais variados segmentos: alimentação, manutenção residencial, construção civil, etc. Normalmente não se veem como empresas, o que tem dificultado sua percepção no âmbito das políticas públicas. Na sua maioria, tem registro de MEI's, o que lhes parece suficiente.

São negócios onde toda a família contribui com seu trabalho, em arranjos informais. Filhos que trabalham no negócio quando não estão na escola, irmãos que fazem tarefas administrativas, pais que supervisionam o negócio, enfim, toda a família trabalha de alguma forma.

Relatos de famílias que recebem o  Bolsa Família indicam que essa é uma forma de obtenção de renda, embora nem sempre esteja clara. Por exemplo, ao falar com a família de um homem que aparentemente era um microempreendedor, um salgadeiro, foi possível verificar que toda a família participava dos negócios, embora não valorizassem essa participação como trabalho.

As políticas de empreendedorismo e microcrédito não têm atendido adequadamente essas famílias, pois não os vê como PEF e acaba por tratar isoladamente suas necessidades.

Parece ser necessário primeiro estabelecer quais as necessidades desses arranjos produtivos para, depois, definir as políticas adequadas.


Na falta de abordagem melhor, os primeiros passos seriam, sem preconceitos, fazer uma análise vocacional do negócio, visando compreender o papel de cada membro da família nessa atividade.

Isso irá permitir saber como são tomadas as decisões nessas pequenas empresas. Nas observações preliminares, fica claro que essas empresas costumam reproduzir a estrutura de poder das famílias, subestimando outros familiares que gerem planejamento, logística e marketing. Isso leva a situações de erros nos investimentos, algumas vezes realizados somente porque havia crédito para financiar, mesmo que a empresa precisasse de outro tipo de investimento naquele momento.

O exemplo clássico é o da empresa que adquire bens de capital quando precisava de marketing. Ela amplia sua produção sem ter a quem vender. Porque o crédito estava disponível

Para o Bolsa Família , este caminho, depois de devidamente homologado, pode gerar enormes benefícios, colaborando com o surgimento de uma economia sustentável e ética.

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