Olá, gravateiras e gravateiros. O tema de hoje é a eleição presidencial. Neste domingo (7), os eleitores vão definir quais candidatos irão ao segundo turno – a hipótese de vitória definitiva em 1º turno não é o cenário mais provável. Cada postulante vem apresentando sua agenda de propostas para o País, mas eu queria pedir a sua atenção especial para o futuro da economia brasileira.
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Sempre ressaltando que a coluna “A Economia Sem Gravata” é apartidária, a eleição é uma enorme oportunidade para definirmos os rumos econômicos. Afinal de contas, o Brasil ainda tenta sair de sua mais grave recessão, com um tombo de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) no biênio 2015-2016. Com base em dados sobre a economia
a partir do ano de 1900, a última vez que o País havia registrado uma retração durante dois anos consecutivos foi em 1930-1931, após a famosa crise da Bolsa de Nova York (1929). E o tombo, naquela ocasião, foi mais suave.
Não é hora de perdermos tempo culpando a gestão econômica desastrosa do governo Dilma Rousseff nem a incapacidade do governo Michel Temer de dar uma verdadeira volta por cima. O foco é analisar as agendas econômicas dos candidatos e avaliar se elas são capazes de tirar o Brasil do sufoco.
É claro que temas como Educação, Saúde e Segurança Pública são fundamentais e devem ser os pilares de qualquer plano de governo. No entanto, nenhum presidente conseguirá ampliar recursos para essas áreas se o problema do rombo das contas públicas não for resolvido. Governo não fabrica dinheiro – se o fizer, gera inflação. Faz cinco anos que os cofres públicos estão à míngua, com gastos superando as receitas. Estamos falando de rombos que, atualmente, superam os R$ 100 bilhões ao ano, sem contar os gastos com os juros da dívida.
POPULISMO ECONÔMICO
Encarar a crise fiscal como prioridade e entender que o crescimento econômico sustentável só ressurgirá após uma solução pragmática devem ser atributos básicos de qualquer governo que pretenda ser bem-sucedido. Não acredite em soluções mágicas! O populismo econômico, que defende mais gastos públicos para reanimar a economia, não deu certo recentemente no Brasil, nem na Argentina, muito menos na Venezuela.
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Felizmente, eu trago boas notícias para quem está perdendo a esperança. Os principais candidatos de esquerda, de centro e de direita reconhecem a gravidade do problema. Já é um primeiro passo. Todos admitem que o Brasil precisa de reformas. Não acho que o Brasil corra o risco de virar uma Venezuela. A diferença entre os candidatos é a velocidade com que os ajustes devem acontecer. Nesse aspecto, os postulantes mais à esquerda tendem a preferir um gradualismo fiscal enquanto os demais candidatos se mostram mais reformistas.
O recente solavanco financeiro na Argentina, cujo presidente Mauricio Macri optou pelo gradualismo, nos ensina que é melhor encarar o problema rapidamente, logo nos primeiros meses de mandato, enquanto o mandatário tem popularidade e força política no Congresso Nacional. Na minha avaliação, o próximo presidente da República terá uma janela de seis meses para encaminhar e aprovar a reforma da Previdência Social, a reforma política e a reforma tributária, além de apresentar planos de concessões e privatizações que atraiam o investimento privado nacional e estrangeiro.
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Lamento informar que o setor público não vai gerar empregos – aliás, muitas estatais estão quebradas. A missão está reservada ao setor privado, que precisa ter a sua confiança resgatada através de uma boa gestão econômica. Antes de ir à urna, avalie as propostas econômicas dos candidatos e verifique se elas são realmente factíveis. No dia 7 de outubro, vote a favor da economia
brasileira. A seguir, apresento um vídeo com mais dicas para um bom voto.