Medidas para abertura de concursos são rígidas no governo Bolsonaro
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Medidas para abertura de concursos são rígidas no governo Bolsonaro


A equipe econômica do governo Bolsonaro entrou  com uma meta: zerar o deficit primário do Brasil até 2020. Em 2018, o rombo nas contas públicas fechou em R$ 120,3 bilhões. A receita para deixar as contas no azul seria principalmente a reforma da previdência, redução de renúncia fiscal e controle de gastos.

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No último quesito, o governo Bolsonaro mostrou, no último mês, que quer diminuir os gastos com folha de pagamento dos servidores. “Cerca de 40% a 50% do funcionalismo federal irá se aposentar nos próximos anos, e a ideia é não contratar pessoas para repor. Vamos investir na digitalização”, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em um evento na Fundação Getúlio Vargas.

No dia 29 de março, o governo publicou um decreto que estabelece critérios mais rígidos para a abertura de vagas de concursos públicos no Poder Executivo Federal. O objetivo seria “maior rigor na autorização de concurso público e na autorização de nomeação de aprovados”.

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Para muitos brasileiros que sonham com uma carreira pública, as notícias não são animadoras. A associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac) estima que existam cerca de 10 milhões de concurseiros todos os anos, que se preparam em concursinhos pelo país e em vídeo aulas. As empresas que os oferecem estão avaliando os impactos para o mercado.

"Com certeza essas notícias assustam e podem desanimar quem estava pensando em tentar a carreira pública", analisa Rodrigo Schluchting, presidente do Elo Concursos.

Para outros, o discurso não parece muito diferente de governos anteriores, já que a promessa de cortes de gastos é recorrente.

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"Todo início de governo esfria um pouco este mercad o. Nos últimos anos, temoss notado uma redução do número de seleções. Quem já vem estudando já ouviu esse tipo de discurso outras vezes e não se abala", diz Paulo Estrella, diretor pedagógico da Academia do Concurso.

Para os especialistas, é difícil estimar o que o governo pretende digitalizar, mas fica clara a tentativa de restringir o que não seria considerado prioritário. Para o especialista em administração pública, Raul Velloso, seria preciso estudar a rotina de cada órgão.

"Não há espaço para aumentar despesa com pessoal. Quem se aposenta continua na folha de pagamento. O fato é que com o decreto os órgãos terão que travar com mais força a luta por concursos", afirma Raul Velloso.

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