Haddad condiciona apoio aos Correios a plano de recuperação
Joédson Alves/Agência Brasil
Haddad condiciona apoio aos Correios a plano de recuperação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (04) que qualquer apoio financeiro aos Correios, seja empréstimo, aporte direto do Tesouro Nacional ou garantia em operações de crédito, só será liberado após a aprovação de um plano de recuperação para a estatal. As informações são da Agência Brasil.

A empresa registrou déficit de R$ 6,05 bilhões entre janeiro e setembro.

O governo atribui a crise à perda de competitividade, aumento de despesas, derrotas judiciais e problemas de gestão.

Haddad reforçou que não haverá transferência de recursos sem a aprovação prévia da reestruturação.

Não vamos fazer um aporte sem o plano de recuperação aprovado. Nem empréstimo, nem apoio, nem aval”, disse o ministro. Ele explicou que o Tesouro estuda alternativas para socorrer a empresa, observando que os juros elevados dificultam a contratação de crédito diretamente pelos Correios, o que aumenta a possibilidade de aporte federal.

O ministro afirmou ainda que qualquer movimentação respeitará o arcabouço fiscal. “Pode haver [aporte]. O Tesouro está estudando, vamos considerar todas as variáveis para tomar a decisão”, disse.

Segundo Haddad, isso não representa flexibilização das regras. “Se houver um aporte, é dentro das regras atuais”, reforçou.

Nesta quinta-feira, o governo incluiu na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 a exclusão de R$ 10 bilhões da meta fiscal das estatais, medida que Haddad classificou como preventiva, destinada a garantir margem caso a União opte por injetar recursos na empresa.

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Empréstimo de R$ 20 bilhões vetado

O Tesouro Nacional negou aval ao pedido de empréstimo de R$ 20 bilhões solicitado pelos Correios. O financiamento seria contratado junto a Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.

As instituições propuseram juros de 136% do CDI, acima do limite permitido de 120% do CDI em operações com garantia da União por dez anos.

Com a taxa proposta, considerando a Selic atual de 15% ao ano, o crédito alcançaria aproximadamente 20% anuais, enquanto o teto aceito resultaria em algo próximo de 18% ao ano.


A negativa do governo reforça a exigência de um plano sólido antes de qualquer socorro financeiro. A estatal suspendeu as negociações após o veto.

Enquanto isso, uma equipe do Ministério da Fazenda continuará avaliando as opções de apoio financeiro, o que deve se estender pelos próximos meses.

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