A laranja pera teve a maior alta da inflação entre os itens de supermercado
Thinkstock Photos
A laranja pera teve a maior alta da inflação entre os itens de supermercado


Segundo o IPCA  (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), Gasolina, planos de saúde, alimentação fora de casa, laranja, café e leite foram as contas que mais pesaram no bolso do brasileiro em 2024. Os  índices da inflação foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10).

Além da variação percentual acumulada ao longo do ano passado, a lista leva em consideração a contribuição de cada item para o cálculo do índice IPCA, a inflação oficial do país.

Ao contar apenas os itens que ficaram mais caros em 2024, a laranja pera — consumida in natura — apresenta a maior alta (48,33%), seguida por café moído (29,6%), óleo de soja (29,21%) e leite longa vida (18,83%).

Os três últimos são itens que têm maior impacto na cesta básica. São os únicos dos dez que mais encareceram que estão inseridos na cesta básica e, portanto, impactam mais o orçamento doméstico, de acordo com André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV-IBRE.

Os itens agrícolas foram afetados negativamente, principalmente devido ao fenômeno El Niño, que trouxe irregularidades nas chuvas das principais regiões produtoras desses itens.

Contas que mais pesaram

A conta da gasolina teve maior impacto no ano passado, uma vez que sofre as consequências diretas da alta do dólar, cotado acima dos R$ 6 desde o fim de novembro. Isso porque o petróleo, matéria-prima do combustível, é negociado na moeda americana.

Os reajustes dos planos de saúde estão em segundo lugar na lista. Houve aumento de 6,91% para os planos individuais, que têm teto definido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), e de 13,8% para os planos coletivos por adesão.

As refeições e lanches fora de casa também foram destaque negativo no saldo dos brasileiros. A pesquisa anual da ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador) mostrou que a refeição completa mais barata fora de casa custou, em média, R$ 37,44 por dia, uma alta de 9,15% em comparação com 2023. Para quem almoça os 22 dias úteis fora de casa, o custo é de mais da metade de um salário mínimo.

Veja a lista das contas que mais pesaram em 2024:

  • Gasolina (9,71%)
  • Plano de saúde (7,87%)
  • Refeição fora de casa (5,7%)
  • Leite longa vida (18,83%)
  • Condomínio (6,25%)
  • Ensino fundamental (8,86%)
  • Serviço bancário (8,03%)
  • Café moído (39,6%)
  • Carnes (20,84%)
  • Lanche (7,56%)

Fatores climáticos

A inflação nos lácteos, como no litro do leite longa vida, é reflexo das enchentes no Rio Grande do Sul (o estado é responsável por cerca de 12% da produção brasileira), pelo clima quente no segundo semestre do ano e pelo atraso na época de chuvas, segundo Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite.


Os preços haviam recuado nos primeiros meses do ano, mas começaram a subir a partir de junho. Em novembro, a alta foi de 20,38% em relação ao mesmo mês de 2023.

O café moído, que registrou forte alta, deve continuar no mesmo ritmo em 2025, por causa dos fatores climáticos e logísticos. O Brasil e o Vietnã, dois maiores produtores de café do mundo, foram atingidos por fenômenos climáticos extremos, que afetaram as lavouras, que demoram a se recuperar.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!