O dólar iniciou o primeiro pregão de 2025 com valorização e, logo nos primeiros minutos de negociação, foi cotado a R$ 6,22. Porém, reverteu a alta e fechou em queda de 0,22% ao finalizar o dia em R$ 6,1651.Já o Ibovespa recuou 0,21%, ao registrar 120.034,63 mil pontos.
O mercado aguarda novos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, mas a principal atenção dos investidores permanece voltada para o cenário fiscal brasileiro, que se manteve como uma das grandes questões de 2024
A agenda do primeiro dia útil do ano não teve grandes divulgações econômicas, mas o mercado está atento aos pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA. Além disso, os números recentes divulgados pela China, que apontam um crescimento econômico abaixo das expectativas, também estão sendo analisados.
No Brasil, os investidores continuam repercutindo os dados divulgados nos últimos dias, com ênfase nos números do setor público. Na última segunda-feira (30), o Banco Central informou que o setor público consolidado — que inclui governos federal, estaduais, municipais e estatais — registrou um déficit primário de R$ 6,6 bilhões em novembro. Apesar do valor negativo, o resultado é significativamente melhor que o de 2023, quando o déficit foi de R$ 37,3 bilhões.
O mercado continua atento ao cenário fiscal do país, acompanhando as ações do governo para equilibrar as contas públicas. Existe uma grande desconfiança entre os investidores sobre a capacidade do governo de cumprir com suas obrigações fiscais.
O governo precisa reduzir os gastos, pois a meta é zerar o déficit público — ou seja, equilibrar as receitas e as despesas nos próximos dois anos, conforme estipulado pelo arcabouço fiscal, que define as regras para controle das contas públicas.
Devido a essas preocupações, a moeda brasileira sofreu uma desvalorização acentuada ao longo de 2024, com o dólar acumulando alta de 27,35% no ano, fechando o período a R$ 6,1797. Esse foi o maior aumento anual do dólar desde 2020, quando a moeda subiu 29,36% devido ao impacto da pandemia de Covid-19.
Além das questões fiscais internas, outros fatores externos também influenciaram essa alta, como conflitos internacionais, a eleição de Donald Trump nos EUA e o aumento dos juros norte-americanos. O Ibovespa, igualmente afetado pelo cenário, registrou perdas de 10,36% em 2024.