O presidente da Casas Bahia , Renato Franklin , informou que entrou em um acordo extrajudicial para a renegociação de uma dívida de R$ 4,1 bilhões . A ideia do proprietário é organizar as dívidas com os principais credores da empresa, o Bradesco e o Banco do Brasil , que detêm 55% dos créditos devidos pela varejista. Abaixo, entenda o processo.
O que é uma recuperação extrajudicial (RE)?
A recuperação extrajudicial (RE) é um tipo de acordo firmado entre a empresa devedora, no caso, a Casas Bahia, e seus credores (Bradesco e Banco do Brasil) com o objetivo de facilitar o pagamento das dívidas pendentes.
Qual a diferença para a recuperação judicial?
A modalidade adotada pela Casas Bahia funciona de forma semelhante à recuperação judicial, mas com uma diferença importante: não requer a intervenção do Poder Judiciário.
Assim, a empresa negocia em sigilo com os credores para, apenas depois deste processo, ser homologada pelo judiciário.
Por conta disso, a recuperação extrajudicial possui maior agilidade, menor burocracia e custos reduzidos para a companhia.
Quais os requisitos para ingressas com o pedido?
A lei estabelece três requisitos mínimos para pedir recuperação judicial. Primeiro, a empresa precisa comprovar que está em crise financeiro. Depois, o dono ou o administrador não pode ser condenado por práticas coletivas ilegais. Por fim, é proibido ter falido ou ter entrado com pedido recuperação judicial nos últimos cinco anos.
Acordo
O prazo de pagamento da dívida foi prolongado, saindo de 22 meses para 72 meses. Também houve redução de 1,5 ponto percentual no custo médio da dívida, garantindo a economia de R$ 60 milhões ao ano. Além disso, há promessas de pagamento em favor das instituições financeiras (as Cédulas de Crédito Bancário ou CCBs).
"Ponto importante é que no momento do pedido da Recuperação Extrajudicial (RE), já temos a adesão formalizada da maioria dos credores (nossos principais parceiros financeiros) para aprovação. Este modelo garante uma execução de um processo organizado e estruturado", escreveu Renato Franklin em comunicado.
Próximo passo
Com todos os detalhes acordados entre as partes, a Casas Bahia deverá submeter o pedido a um Tribunal Judicial na próxima semana.
Prejuízo
A Casas Bahia, com suas 1.078 lojas físicas, registrou um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023. Ao longo do ano, o prejuízo totalizou R$ 2,6 bilhões, aproximadamente oito vezes mais do que no ano anterior.
Expectativa
Presidente da Casas Bahia, Renato Franklin informou que o acordo melhora o fluxo de caixa da empresa em R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos, sendo R$ 1,5 bilhão apenas em 2024.