A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou para 0,31% em janeiro, após alta de 0,40% em dezembro, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (26). Mesmo assim, o preço dos alimentos gera preocupação, com alta de 2,04% no mês.
A alimentação no domicílio teve como destaque o aumento da batata-inglesa (25,95%), do tomate (11,19%), do arroz (5,85%), das frutas (5,45%) e das carnes (0,94%). Já a alimentação fora do domicílio (0,24%) desacelerou em relação ao mês de dezembro (0,53%). Tanto a refeição (0,32%) quanto o lanche (0,16%) tiveram variações inferiores às observadas no mês anterior (0,46% e 0,50%, respectivamente).
De acordo com a agência Reuters, a estimativa dos economistas era de um aumento de 0,47% para o IPCA em janeiro.
A alta de 0,31% é a menor para meses de janeiro em cinco anos, desde 2019, período pré-pandemia, quando a taxa foi de 0,30%. O IPCA-15 também ficou significativamente abaixo da mediana das projeções dos analistas do mercado financeiro, que esperavam uma aceleração do índice no início de 2024.
O IBGE informou que o IPCA-15 também desacelerou no acumulado de 12 meses. Nesse período, a alta atingiu 4,47% até janeiro, após ter avançado 4,72% até dezembro.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em janeiro. O destaque absoluto foi o grupo de Alimentação e Bebidas, que registrou um aumento de 1,53% no mês, marcando uma forte aceleração em comparação ao mês anterior (0,54%) e contribuindo com 0,32 ponto percentual para o índice geral.
Dentro do subgrupo Alimentação no Domicílio, que mede os preços de alimentos in natura, houve um aumento expressivo de 2,04%, em comparação com 0,55% em dezembro. Itens como batata-inglesa (25,95%), tomate (11,19%), arroz (5,85%), frutas (5,45%) e carnes (0,94%) foram os principais destaques de alta.
Por outro lado, a Alimentação fora do domicílio teve uma desaceleração, passando de 0,53% em dezembro para 0,24% em janeiro. A refeição registrou um aumento de 0,32%, enquanto o lanche teve alta de 0,16%.
Por outro lado, o grupo de Transportes registrou deflação. O grupo registrou uma queda de 1,13% no mês, contribuindo negativamente para o índice geral com -0,24 ponto percentual.
As passagens aéreas, que foram destaque positivo no mês anterior, agora registraram o maior impacto deflacionário no IPCA-15. Com uma queda de 15,24% no mês, tiveram um impacto negativo de -0,16 ponto percentual no índice.
O subgrupo de combustíveis, que contribuiu para a elevação de preços nos últimos meses, também apresentou uma redução significativa, com uma queda de 0,63%. Os preços do etanol (-2,23%), óleo diesel (-1,72%) e gasolina (-0,43%) diminuíram. Apenas o gás veicular registrou alta, com 2,34%.
Em outros grupos, destaca-se Saúde e Cuidados Pessoais (0,56%), influenciado novamente pelo plano de saúde (0,77%). Itens de higiene pessoal (0,58%) também apresentaram aumento, com destaque para desodorante (1,57%), produto para a pele (1,13%) e perfume (0,65%).
No grupo de Habitação (0,33%), houve uma redução na energia elétrica residencial (-0,14%). O IBGE destaca que foram incorporadas alterações nas alíquotas de ICMS em Recife (1,56%), Fortaleza (-0,18%) e Salvador (-3,89%) desde 1º de janeiro, além da apropriação residual do reajuste de -1,41% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (0,32%), vigente desde novembro.
Abaixo está a variação dos grupos em janeiro:
- Alimentação e Bebidas: 1,53%;
- Habitação: 0,33%;
- Artigos de Residência: 0,26%;
- Vestuário: 0,22%;
- Transportes: -1,13%;
- Saúde e Cuidados Pessoais: 0,56%;
- Despesas Pessoais: 0,56%;
- Educação: 0,39%;
- Comunicação: -0,03%.