Ao sair de uma reunião com parlamentares da frente parlamentar evangélica nesta sexta-feira (19), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou com os jornalistas a respeito do projeto de reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia . "Foram R$ 150 bilhões investidos em desoneração, que não renderam emprego nem aumento de salário para ninguém", disse o ministro, contrariando o argumento de setores beneficiados pela medida.
Também nesta sexta-feira, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse que o governo federal está comprometido com a alteração de trechos da MP da reoneração, alegando que há um acordo entre ele, Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Questionado sobre esse suposto acordo, Haddad respondeu que não conseguiu falar com Pacheco após ele ter feito a declaração em questão. O ministro disse ainda que, anteriormente, conversou tanto com Lula, quanto com Pacheco e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e fez "um apanhado do entendimento de cada um sobre como proceder". "Levei a confirmação dos presidentes das duas Casas, os valores envolvidos e a ideia do governo", disse Haddad.
"A reforma tributária adotou um procedimento que deveria ser adotado em todos os casos semelhantes: a ideia de diluir no tempo o fim de todo e qualquer benefício, sobretudo aqueles que não tiveram nenhum ganho social, como é o caso deste. O que fez a reforma tributária? Diluiu no tempo o fim dos benefícios, para que as pessoas tivessem tempo de se adaptar à nova regra. Levamos esse princípio à consideração dos dois presidentes, e ele foi inserido na emenda constitucional", disse Haddad.
O ministro declarou ainda que novas reuniões devem ser feitas entre o governo - inclusive com o presidente Lula em pessoa - e os presidentes das casas legislativas antes do fim do recesso legislativo.
"Vamos apresentar esse princípio como regra geral, e vamos fazer o que fizemos em todos os projetos endereçados pelo Executivo. Tudo foi negociado de forma transparente, com o acompanhamento da imprensa, da sociedade e com a oitiva dos empresários".