O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve um aumento de 0,51% em outubro, em comparação com a elevação de 0,45% em setembro, conforme anunciado nesta quarta-feira (8) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com esse resultado, o IGP-DI acumula uma queda de 4,40% no ano e de 4,27% nos últimos 12 meses.
A pesquisa divulgou os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O Índice de Preços ao Produtor Amplo – DI (IPA-DI) aumentou de 0,51% em setembro para 0,57% em outubro. O Índice de Preços ao Consumidor – DI (IPC-DI) registrou uma alta de 0,45% em outubro, em comparação com 0,27% anteriormente. Por sua vez, o Índice Nacional de Custo da Construção – DI (INCC-DI) desacelerou de 0,34% para 0,20%.
Segundo André Braz, economista da FGV, esse IGP-DI está em terreno positivo e antecipa que algumas commodities importantes, como bovinos e cana-de-açúcar, estão subindo de preço, e contaminando o preço dos derivados no varejo.
“A inflação agora deve acelerar. Mas a questão é que ela não devem subir tanto quanto elas subiram em igual período no ano passado. As taxas que a gente vai ver nesse último trimestre, apesar de positivas, não devem ser tão elevadas, quantas as do último trimestre de 2022”, defende.
“ Isso vai permitir que a taxa em 12 meses não avance. Então, a inflação deve enfim em determinar o ano um pouco abaixo do patamar que nós temos agora”, complementa.
Para o pesquisador, a forte queda no preço do petróleo, que nessa quarta-feira (8) chegou a US$ 82,71, cria uma zona de incerteza, mas e parece que ele vai estabilizar num patamar mais baixo de preço e isso pode abrir espaço para uma revisão para baixo no preço
“Essa revisão para baixo alivia mais expressões inflacionárias diretamente , pois os combustíveis ficam mais em conta na bomba. E indiretamente, pois os combustíveis são usados na atividade produtiva, principalmente o diesel. Então, com ele mais barato, os custos reduzem e com isso a pressão para um de aumento sobre alguns alimentos e alguns produtos industrializados”, finaliza.
Em outubro, os preços dos produtos agropecuários no atacado, medidos pelo IPA Agro , aumentaram 0,32%, em comparação com a queda de 2,24% em setembro. Por outro lado, os produtos industriais, mensurados pelo IPA Industrial, desaceleraram de 1,52% para 0,66%.
Como resultado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo – DI (IPA-DI) acelerou de 0,51% para 0,57%. Na análise por estágio de processamento, houve um aumento em bens finais (de -0,21% para 0,30%) e matérias-primas brutas (de 0,14% para 0,85%), enquanto bens intermediários registraram uma desaceleração (de 1,48% para 0,58%).
As principais pressões de alta sobre o IPA-DI foram provenientes de bovinos (de -6,22% para 8,33%), minério de ferro (de 7,72% para 2,81%), açúcar VHP (de 0,62% para 11,50%), carne bovina (de -3,23% para 4,70%) e cana-de-açúcar (de -0,14% para 2,30%).
No mês de outubro, contribuíram para a queda do indicador os itens leite in natura (de -6,10% para -6,71%), soja em grão (de 0,78% para -2,34%) e banana (de -4,82% para -16,80%). Além desses, leite industrializado (de -2,39% para -8,42%) e gasolina automotiva (de 7,23% para -1,45%) também exerceram pressão negativa sobre o índice.