A demissão da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, na última quarta-feira (26), foi recebida com uma sensação peculiar pela equipe econômica do governo federal.
A notícia não provocou celebração devido a insatisfação com o desempenho de Rita Serrano, pelo contrário, os profissionais da equipe econômica expressaram apreço por sua atuação à frente do banco.
A comemoração, de acordo com informações de bastidores, ocorreu em razão de uma estratégia de destravar importantes pautas econômicas, tidas como fundamentais para o governo atingir a almejada meta de déficit zero em 2024.
A permanência de Maria Rita Serrano como presidente da Caixa era fonte de preocupação para a equipe econômica, visto que havia o entendimento de que o Centrão poderia segurar projetos essenciais para a estabilidade fiscal do país.
Em meio a esse cenário, intensas pressões foram feitas, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a optar por sua demissão e a nomeação de Carlos Vieira, indicado pelo PP, como seu sucessor.
A troca na presidência da Caixa coincidiu com um movimento importante no Congresso Nacional: a aprovação da taxação de offshore, o que promete injetar até R$ 20 bilhões nos cofres do governo no próximo ano.
A rápida articulação e consenso sobre a medida demonstram a prioridade em garantir fontes de receita para equilibrar as contas públicas.
Nesse contexto, a expectativa se volta para a possibilidade de aprovação, ainda em 2023, de projetos de grande relevância, como o fim do pagamento dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), a aprovação da Medida Provisória das Subvenções/ICMS, a taxação das apostas esportivas (bets) e a repatriação de bens no exterior.
Além disso, há o anseio de que o governo não enfrentará obstáculos nas votações do Orçamento Anual (LOA) e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), elementos-chave na condução das finanças públicas.