Renda de quem faz teletrabalho é quase 3 vezes maior, segundo IBGE
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 09/07/2020
Renda de quem faz teletrabalho é quase 3 vezes maior, segundo IBGE

Em 2022, 7,4 milhões de brasileiros estavam envolvidos em teletrabalho, seja de forma regular ou ocasional. Esse número representa 7,7% do total de ocupados, que era de  96,7 milhões, excluindo aqueles afastados.

Os dados foram divulgados pelo IBGE através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), liberada nesta quarta-feira, (25). O estudo é resultado de uma colaboração entre o Instituto, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o  Ministério Público do Trabalho (MPT).

Esses trabalhadores receberam, em média, R$ 6.479 por mês, enquanto aqueles que não estavam nessa modalidade ganhavam R$ 2.398 mensais. Isso significa uma diferença de R$ 4.081 entre os dois grupos.

Ao analisar a distribuição por idade, observa-se que a maioria está na faixa etária entre 25 e 39 anos (49,6%) e entre 40 e 59 anos (35,4%), totalizando 85% dos teletrabalhadores. Os 8,8% restantes dividem-se entre jovens de 18 a 24 anos, indivíduos com 60 anos ou mais (6%) e adolescentes de 14 a 17 anos (0,2%).

“Para ser considerado trabalho remoto, é preciso que o trabalho seja realizado em ambiente alternativo ao local padrão de trabalho, ou seja, em local diferente daquele em que tipicamente se esperaria que fosse executado, considerando tanto a ocupação exercida pela pessoa quanto a sua posição na ocupação”, explica Gustavo Fontes, analista da pesquisa.

O pesquisador afirma que a pandemia impulsionou o teletrabalho, que continua sendo utilizado pelas empresas. “Mesmo com o arrefecimento da pandemia, com o fim da situação de emergência sanitária, percebemos que muitas pessoas seguem trabalhando nessa condição, pelo menos parcialmente”, aponta.

Segundo a pesquisa, quase 70% (69,1%) dos trabalhadores possuíam ensino superior completo, enquanto 26,8% tinham concluído ou não concluído o ensino médio. J untos, esses dois grupos representavam 95,9% dos aproximadamente 7,3 milhões de teletrabalhadores no país.

A parcela restante se dividia entre aqueles com ensino fundamental completo e ensino médio incompleto (2,4%) e os que não tinham instrução ou possuíam apenas o ensino fundamental incompleto (1,7%).

Em 2022, apenas 16,6% dos empregadores adotaram o teletrabalho, mesmo que parcialmente, sendo essa a categoria profissional mais propensa a essa modalidade de trabalho no período de referência. Em seguida, aparecem os empregados no setor público (11,6%) e os empregados no setor privado com carteira assinada (8,2%).

As categorias com as menores proporções de ocupados em teletrabalho incluíam os empregados no setor privado sem carteira assinada (7,5%), trabalhadores por conta própria (5,7%) e trabalhadores familiares auxiliares (2,1%).

Além disso,  a pesquisa registrou uma discrepância entre aqueles que adotaram o teletrabalho e aqueles que não o fizeram. A média de horas trabalhadas por semana foi superior entre os teletrabalhadores: 39,7 horas em comparação com 39,3 horas para os que não adotaram essa modalidade.

Vale notar que a média de horas trabalhadas para o total de ocupados no país também se manteve em 39,3 horas.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!