O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve sua posição de não sinalizar qualquer intenção imediata de demitir Maria Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal. No entanto, a sua saída é vista como certa, pois faz parte de um acordo em curso entre o chefe do Executivo e as lideranças do Centrão.
Os rumores sobre a saída de Maria Rita Serrano ganharam força nos últimos meses, especialmente após a expectativa de uma reforma ministerial que ocorreu no início de setembro. No entanto, para surpresa de muitos, Lula optou por não efetuar a troca na presidência da Caixa naquela ocasião, o que gerou incertezas quanto à sua posição sobre o tema.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) inicialmente acreditava que a mudança na presidência da Caixa ocorreria em conjunto com a reforma ministerial. Posteriormente, Lira passou a acreditar que a troca aconteceria antes da cirurgia de Lula, mas o presidente havia declarado publicamente que não tinha a intenção de realizar essa mudança em 2023. Essa declaração pública gerou desconforto.
A declaração de Lula contrastou com afirmações anteriores de Lira, que havia mencionado um acordo com o Centrão envolvendo a transferência do controle da Caixa para o grupo político composto por União Brasil, PP e Republicanos.
Em resposta ao desconforto de Lira e dos líderes do Centrão, Lula esclareceu que a troca precisa ser planejada de maneira meticulosa e estratégica, o que pode demandar tempo.
O acordo entre o governo e o Centrão tem como objetivo assegurar o apoio dessas legendas no Congresso Nacional às pautas do Palácio do Planalto. A manutenção da Caixa sob a influência do Centrão é uma prioridade nesse acordo, e o presidente Lula enfatizou que a transição na presidência do banco será conduzida de forma estratégica.
Lula quer fechar arestas para fazer a troca
Atualmente, as tratativas estão em uma fase avançada, concentrando-se na escolha do nome que ocupará o lugar de Maria Rita Serrano.
Entre os cotados, Paulo Henrique Bezerra, atual presidente do Banco de Brasília, é apontado como favorito. Outras opções incluem Pedro Ermírio de Almeida Freitas Filho e Gilberto Occhi.
Contudo, a escolha não se resume apenas à presidência da Caixa. O Centrão também tem apresentado nomes para as vice-presidências do banco, mas o governo Lula resiste em ceder o controle da área que gerencia o programa "Minha Casa Minha Vida."
Outro impasse nas negociações é a falta de uma opção feminina para substituir Maria Rita Serrano. Lula tem solicitado ao Centrão que indique uma mulher para a posição.