Segundo um relatório da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), divulgado na quinta-feira (5), a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é estimada em 3,3% para este ano, um aumento em relação aos 2,9% do ano passado. Em contraste, o crescimento econômico global é projetado em 2,4%, marcando uma desaceleração em relação aos 3% registrados em 2022.
Conforme o relatório, entre os países do G20, que engloba as 20 maiores economias do mundo, Brasil, China, Japão, México e Rússia são os únicos países com previsão de crescimento em comparação com 2022. As projeções da ONU superam as do mercado financeiro brasileiro, que estima um avanço de 2,92% no PIB para este ano. Enquanto isso, as estimativas do Ministério da Fazenda estão mais próximas do estudo da ONU, mas ainda inferiores, situando-se em 3,2%.
No segundo trimestre deste ano, o crescimento de 0,9% na indústria e o aumento de 0,6% nos serviços foram os principais impulsionadores do PIB. Dado que as atividades de serviços representam aproximadamente 70% da economia, o desempenho positivo deste setor exerce uma influência significativa sobre o resultado global do PIB .
O documento também destaca o impacto tardio do aperto monetário realizado pelo Banco Central, que começou a elevar as taxas de juros em 2021 para conter a inflação e posteriormente começou a reduzi-las em agosto deste ano, além do aumento do endividamento das famílias. A ONU alerta que, apesar da expansão fiscal prevista para 2023 para compensar esses fatores recessivos, o impulso fiscal em 2024, ainda sujeito a negociações políticas, pode se tornar negativo. Para 2024, a expectativa é de um crescimento de 2,4%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última semana que espera que o PIB brasileiro cresça 3% em 2023. A fala foi feita após resultado do segundo trimestre, que registrou alta de 0,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O resultado do PIB realmente surpreendeu positivamente", disse Fernando Haddad. "O crescimento do PIB neste ano deve atingir a marca de 3%. Eu quero lembrar que, no início do ano, as projeções médias do mercado eram de crescimento inferior a 1%. Portanto, em relação ao que estava sendo projetado para a economia brasileira no começo do ano pelo mercado, nós estamos com um crescimento três vezes superior. Isso dá força para a agenda econômica", completou o ministro da Fazenda na época.
Na comparação com o segundo trimestre de 2022, o PIB cresceu 3,4%. Nessa comparação, o resultado da agropecuária é o melhor entre os setores analisados, com alta de 17%. Já a indústria teve alta de 1,5%, enquanto os serviços avançaram 2,3%.