O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 3% neste ano. A fala foi feita após resultado do PIB no segundo trimestre, que registrou alta de 0,9%
, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PIB).
"O resultado do PIB realmente surpreendeu positivamente", disse Haddad. "O crescimento do PIB neste ano deve atingir a marca de 3%. Eu quero lembrar que, no início do ano, as projeções médias do mercado eram de crescimento inferior a 1%. Portanto, em relação ao que estava sendo projetado para a economia brasileira no começo do ano pelo mercado, nós estamos com um crescimento três vezes superior. Isso dá força para a agenda econômica", completou o ministro.
Apesar do resultado positivo, Haddad afirmou que o crescimento econômico no terceiro trimestre preocupa o ministério, sobretudo por conta do desempenho no mês de julho. Em nota técnica divulgada nesta sexta-feira , a Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda afirmou que, no terceiro trimestre, "a perspectiva é de redução do ritmo de crescimento na margem, seguida de leve recuperação no último trimestre do ano".
"O mês de julho nos preocupou", disse Haddad. "O terceiro trimestre é um trimestre chave para nossas projeções futuras. Agosto está melhor que julho, mas os números ainda não estão fechados. Nós temos preocupação com a atividade do terceiro trimestre", completou.
"O segundo trimestre veio forte, e isso deve nos garantir um crescimento em torno de 3% - em torno pode ser 2,9%, pode ser 3,1% -, mas nós estamos olhando detidamente os dados do terceiro trimestre para verificar quais as medidas necessárias para não deixar que uma eventual desaceleração da economia afete os resultados desse ano e do ano que vem", disse o ministro.
Metas de 2024
Haddad disse, ainda, que o resultado do PIB e a aprovação de medidas econômicas no Congresso são importantes, mas ainda há avanços a serem alcançados. "Isso nos anima, mas nós conhecemos os desafios. Ninguém aqui está dando o campeonato por ganho. Nós sabemos que temos um caminho pela frente", declarou.
Um desses desafios está presente no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional nesta quinta-feira (31), que prevê déficit zero em 2024
. Para alcançar a meta, considerada otimista, a Fazenda precisa focar no crescimento das receitas.
Questionado sobre o assunto, Haddad disse: "O otimismo faz parte de quem está em campo. A equipe econômica está muito empenhada em obter os melhores resultados possíveis. E é natural que seja assim, nós não vamos abdicar das nossas metas em virtude da dificuldade. Não tem ninguém disposto a abrir mão do objetivo".
"É desafiador. Ninguém está negando que é uma meta desafiadora. Isso põe uma pressão benéfica sobre todos nós. A gente tem que se habituar em perseguir o melhor para o país", completou Haddad.